Daniela sonha em vestir a camisa "amarelinha" e ter sucesso no futsal mundial

Daniela
Cristina Cunha tem 19 anos e nasceu em São Sebastião do Paraíso no dia 09 de
julho de 2005. Hoje atua no sub-20 da equipe Stein Cascavel, do Paraná, equipe
que é bicampeã da Libertadores e conquistou o mundial em 2023. Crescida
no Jardim Ouro Verde, onde deu seus primeiros pontapés com a bola, o que foi
crucial para ela querer se tornar atleta de futsal. “Eu morava muito perto da
casa da minha avó e da minha tia, e desde pequenininha, quando meus primos e
primas estavam lá também, tinham duas árvores que a gente fazia de gol,
brincava de três toques e de todas as brincadeiras que envolviam a bola, foi
começando a brincar que eu comecei a gostar bastante”.
Filha de
Silvana de Fátima Ferreira da Cunha, tesoureira, e do pai e ex-policial militar
Antônio Severino da Cunha, sempre teve o incentivo de seu pai e, ao ver o
quanto a filha gostava, começou a levar ainda na infância aos treinos no Ouro
Verde Tênis Clube, que eram proporcionados pelo então treinador, Régis Junior.
Desde
pequena, treinava já no meio dos meninos, mas foi quando seu pai descobriu o
projeto de futebol feminino, comandado por Adalberto Alves, o Betinho, e
iniciou os treinamentos na equipe da cidade a partir dos 9 anos de idade, do
qual fez parte até 15 anos.
Com a
chegada ao projeto, viu sua primeira inspiração e sua amiga, atleta que hoje
atua em Portugal e na seleção brasileira, Janaina Godoy. “Ela era muito bem
vista, muito bem falada. A gente começou a entrar em contato com ela para saber
sobre testes, porque ela estava jogando no Barateiro Futsal, em Brusque (SC). E
a gente começou a entrar em contato com ela. Ela é uma grande inspiração minha
por estar podendo jogar fora do país e tudo mais. Eu acho que devo muito a ela,
isso para ela ter me mostrado, ter me incentivado a ir para fora”, relembra.
Neste
período, Daniela foi convocada para representar a equipe feminina de Passos,
para a liga LFP, aos 15 anos, o que a incentivou a querer ir em busca de ser
uma atleta profissional de futsal. No ano passado, ela retornou em um breve
período para a equipe sub-20 da cidade vizinha ao disputar a Taça Brasil. Os
contatos com a Janaína lhe proporcionaram um teste na equipe do Barateiro
Futsal, em 2019, com a treinadora, Rafaela Nicolete. “Eu até passei no teste,
mas acabei não indo, pelo medo de estar longe da família.”
Após o
período pandêmico, a vida de Daniela mais uma vez teve seu caminho cruzado com
o da treinadora Rafaela Nicolete. A treinadora que havia chegado às categorias
de base da equipe UNIDEP Futsal, de Pato Branco (PR), entrou em contato para
falar de uma seletiva para a equipe.
“Ela
(Rafaela Nicolete) disse: vem, faz uma semana de teste, fica aqui, como a gente
já conhece o seu futebol, você fica aqui com uma avaliação a mais, por um tempo
a mais de uma semana. E a gente vê como está”.
E assim,
Daniela realizou o grande sonho de ingressar em um time profissional de futsal,
em 2022, aos 16 anos. Daniela permaneceu na equipe por três anos, onde disputou
competições sub-17, sub-20 e adulta.
Neste
ano de 2025, Daniela teve a oportunidade de ingressar na equipe do Stein
Cascavel Futsal, após confrontos contra a equipe pelo estadual das categorias
de base e também adulta, após receber o convite no fim do ano do seu atual
treinador, Felipe Bonow.
“Foi uma
oportunidade que eu tive, que era um grande sonho, estar neste clube. É um dos
meus grandes sonhos. E as portas foram abertas, eu tive que agarrar essa
oportunidade.”
Para o
futuro, Daniela sonha em vestir a camisa “amarelinha” e ter sucesso no futsal
mundial. “Acho que todas as atletas têm o sonho de ser convocadas para a
seleção brasileira, representar o país é uma das minhas maiores aspirações, e
também poder jogar fora do país.”
Apesar
da pouca idade, com certeza Daniela é uma referência para as gerações que estão
no início de sua jornada no futsal e ressalta a importância da persistência.
“Eu
sempre falei para mim mesma e ainda falo, o segredo é não desistir, é correr
atrás, porque quando a gente quer realmente, quando é realmente um sonho, a
gente tem que correr atrás, a gente não pode esperar nada de mão beijada, nada
de bandeja. Em certos momentos pode bater o cansaço, o desânimo, a
desmotivação, mas temos que buscar o que a gente quer, o que sonhamos, o que a
gente quer viver, realizar e correr atrás, persistir, trabalhar bastante que
uma hora chega”.
por Rubens Avelar