1.029 dias se passaram desde que Max Verstappen venceu o GP da Espanha em 22 de maio de 2022 e de lá para cá nunca mais havia deixado a liderança do campeonato até que no domingo passado Lando Norris venceu o caótico GP da Austrália na abertura desta temporada e pôs fim a maior sequência de um líder absoluto.

A McLaren confirmou o favoritismo para este início de 2025 e caminhava para uma dobradinha com Norris e Piastri até que uma pancada de chuva que estava nos radares caiu com força e bagunçou a corrida que começou com pista molhada e que foi secando até faltar 13 voltas para o final. Na 44ª volta os dois carros da McLaren escaparam da pista. Norris conseguiu se manter em primeiro enquanto Oscar Piastri teve dificuldades de sair da grama molhada e terminou apenas na 9ª posição depois de grande recuperação vindo de trás e com uma linda ultrapassagem sobre Lewis Hamilton na última volta para fechar em 9º. Norris ainda foi ultrapassado por Verstappen após a escapada da pista, mas retomou a liderança após todos pararem nos boxes para a troca dos pneus de pista seca pelos intermediários.

Max Verstappen, da Red Bull, terminou em 2º e George Russell completou o pódio com a Mercedes. Três equipes diferentes nas três primeiras posições e uma recuperação surpreendente do estreante Andrea Kimi Antonelli que largou de 16º e terminou em 4º, substituindo Lewis Hamilton na Mercedes. Aos 18 anos, 6 meses  e 19 dias, o italiano se torna o segundo piloto mais jovem a pontuar na F1 e o 69º piloto na história a marcar pontos logo na corrida de estreia.

O brasileiro Gabriel Bortoleto, que surpreendeu com bom trabalho na classificação do sábado, acabou batendo quando a chuva apertou e abandonou a prova. “Prefiro bater buscando o limite do carro do que ficar apenas dando voltas em último”, disse. Outro que surpreendeu na corrida foi o experiente companheiro de equipe do brasileiro na Sauber, Nico Hulkenberg, que largou de 17º, superado por Bortoleto, e terminou em 7º, somando pontos importantes para a equipe que terminou o campeonato passado na última colocação.

A Ferrari acabou sendo a grande decepção da corrida inaugural do campeonato. Esperava-se muito mais do time italiano que enfrentou vários problemas durante o final de semana em Melbourne. Charles Leclerc e Lewis Hamilton se classificaram apenas em 7º e 8º no sábado, e na corrida estiveram longe das primeiras posições. “Meu engenheiro não informava mais a diferença para o líder de tão longe que ele estava”, disse Leclerc que terminou apenas em 8º, duas posições à frente de Hamilton que fechou a zona de pontos na 10ª colocação. Restou como consolo para Hamilton a estatística de ter liderado ao menos uma volta na estreia em cada equipe que correu na F1. Em 2007 pela McLaren, em 2013 pela Mercedes, e na 47ª volta da corrida de domingo em sua estreia pela Ferrari, coincidentemente todas as vezes em Melbourne no GP da Austrália.

A F1 segue nesta madrugada com o GP da China que será o primeiro do ano com a programação de corrida Sprint que já aconteceu nesta madrugada de sexta-feira para sábado, o que torna um desafio ainda maior para os cinco jovens estreantes do que foi o GP da Austrália, já que eles tiveram apenas um treino livre para conhecer a pista e acertar seus carros por conta da Sprint. A largada para o GP da China acontece às 4h da manhã de domingo. No ano passado a pole position foi de Verstappen que também venceu a Sprint e a corrida do domingo. Este será o 18º GP da China que entrou para o calendário da F1 em 2004, e até hoje ninguém bateu o recorde inaugural da pista (1:32:238) que pertence a Michael Schumacher com a Ferrari.

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