O Banco do Brasil (BB) decidiu prorrogar por um ano o pagamento das parcelas do crédito rural com vencimento até dezembro de 2017. A medida foi tomada em função da “Operação Carne Fraca” e da delação da JBS, fatos que tornaram o mercado de carnes mais vulnerável o que tem levado à constante desvalorização da arroba do boi. ”Esta foi uma demanda apresentada pela CNA com apoio das Federações, entre elas a FAEMG”, explica o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros e vice-presidente da FAEMG, Ricardo Laughton.
Levantamento da CNA mostra que, de janeiro a julho deste ano, o valor da arroba do boi gordo acumulou queda de 16%, tendo como referência São Paulo.
A medida, segundo o BB, não será automática. Cada pecuarista terá de ir até a agência bancária onde assinou o contrato e pedir a prorrogação do prazo de pagamento.
“Basta o produtor de leite, corte ou pecuária mista assinar o pedido de prorrogação na agência de seu relacionamento. Para MG, não há obrigatoriedade de amortização mínima e o novo prazo para pagamento será um ano após o vencimento do contrato”, explica destaca Aline Veloso, coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG.
O Banco do Brasil explicou ainda que a prorrogação tem condição específica para cada região e o critério é a quantidade de frigoríficos em cada uma. O BB está sugerindo as seguintes amortizações mínimas:
• Para empreendimentos conduzidos nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste e no Estado de Minas Gerais não há obrigatoriedade de amortização mínima;
• Para empreendimentos conduzidos na região Sudeste, exceto o Estado de Minas Gerais, fica sugerido amortização de 20% do valor da parcela;
• Para empreendimentos conduzidos na região Sul é sugerido amortização de 50% do valor da parcela.
A prorrogação abrange cerca de 300 mil operações num volume total de aproximadamente R$ 7,2 bilhões. A carteira de crédito de agronegócios do BB é de R$ 180,1 bilhões, conforme divulgação de março de 2017. Desse volume, 21,2% (R$ 38,1 bilhões) referem-se a operações no segmento de bovinocultura.
O Banco do Brasil já havia prorrogado, por um ano, as operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano.
Na foto em anexo, o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton, com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli.
Vanessa Araújo