Crônica - Joel Cintra Borges

O que queremos da vida?

Por: Redação | Categoria: Cidades | 28-02-2017 12:02 | 1015
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Essa pergunta, que parece simples, na realidade é muito complexa, e, como aconteceu com o Édipo da mitologia grega, também vem com o adendo: decifra-me ou devoro-te!




Isso pela simples razão de que o espaço de tempo entre o berço e o túmulo passa muito depressa. Os minutos viram horas, dias, meses, anos e, de repente, chega a hora de partir. Ah, meu Deus, e os meus sonhos, eu queria fazer tanta coisa e acabei me enrolando, não me dei conta de que a areia na na ampulheta do tempo escorria tão célere!




Penso que somos os mestres do planejamento em coisas que nos parecem importantes, mas que na realidade entram no rol das coisas triviais: uma festa de aniversário, a recepção para os quinze anos da filha... Mas, a grande festa da vida, as mais das vezes é levada na base do improviso!




É verdade que não somos verdadeiramente donos de nossos narizes, uma vez que muita coisa acontece à nossa revelia: uma moça nunca havia ido ao Bar da Mogiana, mas, os amigos insistiram e ela foi; um moço também nunca havia passado por lá e nessa noite foi. O resultado vocês já sabem: não, não é o clássico "casaram-se e viveram felizes para sempre", porque de vez em quando têm suas briguinhas, mas, vivem muito bem e têm uma linda filha já com uns oito anos. Quem marcou o encontro, senão o Destino?




A morte, também, às vezes vem de uma forma tão boba, parece que poderia ter sido evitada tão facilmente. Parece...




No entanto, os grandes atores de nosso filme somos nós mesmos. Há filhos de lavadeira que não aceitam a ideia de continuarem pobres e partem para Brasília, onde, incansavelmente, dia após dia, lavam banheiros públicos enquanto se preparam para ser ministros do STF. E os outros filhos de lavadeiras, de costureiras, enfermeiras, engenheiras, qual o destino deles? Não sei. Sei apenas que tudo está nas mãos de cada pessoa. Já foi dito que o Universo conspira a nosso favor, e conspira mesmo. Tanto para o bem como para o mal. Dentro de nosso cérebro temos potentes receptores que podem conectar-nos com grandes mestres do pensamento humano, grandes cientistas, grandes artistas; ou com o pior que existe na escória universal.




Sua alma, sua palma, seu coração é seu mestre!