Certa vez conheci, caminhando pelos campos da vida
um homem especial, um jardineiro nato, um agricultor.
Que, dia após dia,cultivava o solo da sua terra querida,
fazendo dos campos tão secos,lindos jardins em flor.
O campo de que vos falo, é seara diferente, peculiar.
Palavras aqui são as sementes, prontas pra se semear.
A água da inspiração, límpida e cristalina, por ele era aspergida,
fazendo brotar um poema, em forma de flor olorosa e colorida.
E como brotavam! Poemas que continham em si rara beleza.
Frases tão sublimes, versos tão fortes e com tanta delicadeza.
Enfim, o jardineiro veio a tornar-se então um grande poeta.
E cultivar poesias tão belas, passou a ser a sua tarefa predileta.
Ah, pelos campos nus das folhas em branco, com dedicação,
os poetas jardineiros vivem a semear os versos da emoção.
Na aridez dos desertos vão nascendo flores de fina fragrância.
Este é o labor sublime de trazer luz as trevas da ignorância...
E assim, foram se multiplicando os jardins, crescendo na amplidão.
Espalhando cores pela vida tal qual imensa aquarela pelo chão.
Brilhando quando o sol surgia desfraldando o véu das madrugadas.
Ou ao cálido cintilar dos pirilampos, pelas noites enluaradas.
Somos gratos a ti, poeta jardineiro, que doou sua vida à arte.
Das belezas deste mundo imenso e fascinante, és importante parte.
Sim! Permanecerão as tuas flores! A tulipa, o crisântemo, a rosa e o cravo.
Por tudo que fizeste à messe do criador do universo, eterna gratidão
ao jardineiro...
OLAVO.