A mudança de governo, na esfera federal e estados, tem gerado expectativa principalmente na área econômica, de onde também são geradas informações truncadas. Uma delas deixou segmentos do setor do Agronegócio apreensivo, quando foi ventilado que o volume “controlado” disponível para agricultura seria diminuído, ou até mesmo cortado, o crédito subsidiado.
Em entrevista ao “O Estado de S.Paulo”, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina afirmou que o assunto ainda está em fase de estudo pelo Ministério da Agricultura, e que mudanças neste sentido não podem ocorrer da noite para o dia, se for o caso, serão gradativas. No entanto outros setores do governo ligados à área econômica frisaram que o crédito subsidiado, ou seja, juros mais em conta, poderão contemplar pequenos e médios agricultores, via cooperativas de crédito e Banco do Brasil. Grandes produtores terão que se socorrer com bancos particulares.
Leonardo Lima Diogo, presidente do Sicoob NossoCrédito que tem sua matriz em São Sebastião do Paraíso, filiais em municípios mineiros e no Estado de São Paulo, disse ao Jornal do Sudoeste que aquela cooperativa disponibilizará neste ano um montante de R$ 10 milhões para crédito agrícola. Se houver maior demanda, sempre com o repasse da Central Crediminas, esse teto poderá ser revisto. Em 2018 foram R$ 12 milhões, mas foi além da procura, e parte acabou sendo devolvida.
Via de regra, a maioria de tomadores de financiamentos no Sicoob NossoCrédeito são pequenos e médios produtores, desde que se encaixem nas normas estabelecidas, como ser aprovado laudo agronômico da área, seja para investimento ou custeio, além de outros exigências.
A grande maioria de financiamentos liberados pelo Sicoob Nosso Crédito beneficia cafeicultores, e tomando-se por base baixos preços de comercialização do produto neste ano, e que se acentuou nas última semanas, a expectativa de observadores é que poderá haver maior demanda em busca de financiamentos, seja para reter estoque ainda existe (à espera de reação no mercado) trato cultural, ou mesmo para custear a colheita que será iniciada nos próximos dias. “Se a procura for superior aos R$ 10 milhões, providenciaremos a complementação junto à Central Crediminas”, diz Leonardo.
Sobre a queda no preço da saca de café, abaixo de R$ 400, - o presidente do Sicoob NossoCrédito afirma que era previsível levando-se em conta a oferta e procura no mercado internacional. Houve aumento na área plantada, e também na produtividade.
Lado outro, cafeicultores reclamam que preços praticados atualmente não cobrem sequer seus custos de produção. Conforme observa Leonardo Lima Diogo, melhor sorte teve o produtor que fez travas e comercializou para entregas futuras.
No seu ponto de vista, dificilmente o preço se sustentará baixo como está, ainda mais quando se leva em conta o risco de se “produzir a céu aberto”, custo operacional, custo da terra, e oportunidades financeiras. Leonardo concluiu no entanto se mostra otimista, e prevê melhores dias para os cafeicultores.