4 MILHÕES DE MUDA CAFÉ

Mais de 4 milhões de mudas de café foram plantadas neste ano no município paraisense

Por: Nelson Duarte | Categoria: Agricultura | 08-04-2019 09:01 | 3292
João Bosco Minto e Marco Aurélio Alves de Paula
João Bosco Minto e Marco Aurélio Alves de Paula Foto: Nelson P. Duarte

Ao que tudo indica, dentro de quinze a vinte dias terá início a colheita da safra de café na região de São Sebastião do Paraíso. Segundo estimativas, em torno de 50%  das lavouras, grãos estão maduros. Outro fator observado pelo engenheiro agrônomo e estensionista da EMATER-MG e de Marco Aurélio de Paula, chefe do Departamento de Agricultura do município de São Sebastião do Paraíso, é que haverá boa produção. O lado preocupante são os preços de comercialização do arábica, que segundo cafeicultores está abaixo do custo de produção.

Na safra anterior, em torno de 360 mil sacas foram colhidas no município paraisense, e segundo João Bosco, na atual haverá uma quebra em torno de 30% o que diminui a diferença na chamada bianualidade na produção, quando produtores colhiam bem em um ano e pouco no ano seguinte. No município de Itamogi, conforme João Bosco, a quebra de safra ficará na casa dos 20%.

A explicação, em parte fica por conta de novos cultivares com maior produtividade, e a expansão da área plantada, até mesmo o aproveitamento de partes baixas onde costumeiramente, prevenindo-se contra geadas, o cafeicultor não plantava.

Sobre expansão, no município de São Sebastião do Paraíso, segundo o engenheiro da Emater, e o chefe do Departamento de Agricultura do Município, entre quatro a cinco milhões de mudas foram plantadas em área correspondente a mil hectares. O calor intenso registrado nos últimos meses de 2018 ocasionou a perda de muitas mudas, justamente no período tido como tradicional para o plantio, mas houve replantio. Melhor sorte tiveram produtores que plantaram em fevereiro, quando o volume de chuvas foi de 800 milímetros, “praticamente a metade do esperado para o ano todo”, diz João Bosco.

Marco Aurélio de Paula lembra que o cafeicultor é vocacionado para aprimorar a qualidade de seu produto, investe em tecnologia e sempre esteve de mangas arregaçadas para produzir, no entanto padece com fatores além das porteiras, sendo o mais preocupante os baixos preços de comercialização, e também o valor estabelecido como garantia pelo governo.

João Bosco Minto concorda, salientando a qualidade dos cafés produzidos na região, propriedades certificadas atestando a boa prática de plantio, trato cultural, colheita e pós colheita, e mesmo assim conseguem atingir pelo menos 30% a mais na hora da venda do produto.

Com a intenção de mostrar o potencial da bebida do café produzido no município paraisense, Marco Aurélio conta que entendimentos estão sendo feitos para se realizar um concurso neste ano, quando produtores serão convidados a participar.

No final do mês, em data a ser confirmada pela Secretaria Municipal de Agricultura de São Sebastião do Paraíso, a EMATE-MG fará a apresentação de atividades desenvolvidas no ano passado, fruto de seu convênio com o município.