COLHEITA CAFÉ 2019

Colheita de café em Paraíso avança para produzir 290 mil sacas em 2019

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Agricultura | 25-05-2019 20:07 | 4145
Maioria dos produtores estão optando pela colheita mecanizada do café no município
Maioria dos produtores estão optando pela colheita mecanizada do café no município Foto: Arquivo

A estimativa para a colheita da safra de café 2019 deve alcançar a casa de 15% até o final de maio, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em São Sebastião do Paraíso onde a expectativa de produção para este ano é de 290 mil sacas a ‘apanha’ deve atingir cerca de 40 mil sacas até o final da próxima semana seguindo a tendência dos levantamentos feitos em toda Minas Gerais. De maneira geral o Estado ficou em terceiro lugar entre os produtores que mais tiveram queda na safra da cafeicultura neste ano.

De acordo com a Conab a produção total dos cafés do Brasil para esta safra de 2019 foi estimada em 50,92 milhões de sacas de 60kg, das quais 36,98 milhões são de café arábica e 13,94 milhões de café conilon. A estimativa implica na redução de 17,4% da safra de 2019 em comparação com a de 2018, que foi de 61,66 milhões de sacas. Desse volume físico, 47,48 milhões de sacas foram de café arábica e 14,17 milhões de café conilon. Assim, verifica-se que, num comparativo da safra de 2019 com a de 2018, a produção de arábica teve redução de 22,1% e conilon de 1,7%.

Nesse contexto, se for estabelecido um ranking dos maiores decréscimos em termos percentuais dos volumes físicos das referidas safras, de café arábica e conilon, constata-se que o estado da Bahia desponta-se em primeiro lugar com 33,3% de redução, pois a sua produção em 2018 foi de 4,55 milhões de sacas e a de 2019 foi estimada em 3,04 milhões de sacas. Em segundo, figura o estado de São Paulo com 26,3% de redução, cuja produção foi de 6,30 milhões de sacas em 2018, e, em 2019, está estimada em 4,64 milhões de sacas.

Na sequência do ranking vem Minas Gerais, em terceiro, com 20,7% de redução, pois sua safra de 2018 foi de 33,36 milhões de sacas e a de 2019 deverá ser de 26,44 milhões de sacas. Em quarto lugar, o estado do Espírito Santo, que deverá ter um decréscimo na sua produção de 7% (13,74 milhões de sacas em 2018 e 12,78 milhões de sacas em 2019). Por fim, em quinto, o Rio de Janeiro, que teve em 2018 uma produção de 346 mil sacas e, considerando que em 2019 será de 328 mil sacas, a sua redução será de 5,2%.

Os dados estatísticos que permitiram realizar esta análise comparativa das safras de 2018 com a de 2019 foram obtidos do 2° Levantamento da Safra de Café de 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O material está disponível na íntegra para estudos, análises, pesquisas e comparações no Observatório do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e também na seção Safra Brasileira de Café, no site da Conab. Neste Levantamento da safra de 2019, verifica-se que em quase todas as regiões produtoras dos Cafés do Brasil haverá influência, sobretudo no café arábica, do efeito da bienalidade negativa, fenômeno que alterna produção menor em uma safra com maior do ano seguinte.

Além disso, também destaca que a incidência de altas temperaturas, atrelada à escassez de chuvas em período importante do ciclo. Em algumas regiões produtoras de café, foi verificada a ocorrência de veranico entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Esta situação fez com que as estimativas de rendimento médio fossem ainda menores. E, mais que isso, segundo a Conab, quanto à área em produção, a tendência também é de redução em relação à safra passada, a qual poderá diminuir 1,1%, e atingir 1,84 milhões de hectares. Assim, somados todos esses fatores, o café arábica, conforme citado, terá produção estimada em 36,98 milhões de sacas neste ano, representando redução em comparação ao volume produzido na safra passada de 22,1%. E, o conilon, como a produção estimada pela Conab foi de 13,94 milhões de sacas, também sinaliza diminuição de 1,7%.

Colheita
O período da colheita de café iniciada oficialmente no começo de maio avança para o fechamento do primeiro mês de atividade. Em Minas Gerais a estimativa é de que até o final da próxima semana sejam colhidas 3,9 milhões do total de 26,4 milhões de sacas a serem produzidas, segundo a Conab. Em São Sebastião do Paraíso levantamento realizado em parceria entre a central de abastecimento e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG) aponta para a produção de aproximadamente 290 mil sacas na safra de 2019.

O estudo aponta para a produção de 24,7 sacas por hectares. O município tem uma área plantada de aproximadamente 11.770 hectares. A considerar a estimativa de produção no município de 290 mil sacas neste ano e também a expectativa de colheita média de 15% da safra neste período a tendência é chegar ao final do mês com cerca de 43 mil sacas já retiradas dos pés.

Para os meses de junho, julho e agosto estes números deverão evoluir ainda mais na medida em que os frutos vão se secando nos pés e os trabalhos de colheita avançam nas lavouras, alcançando o ápice. Segundo os técnicos é neste período que a grande maioria dos grãos alcança índice ideal de maturação para a colheita, que seja ela manual ou mecânica torna-se mais intensa. Também neste período a expectativa é de que momento de maior tempo de estiagem, além da colheita o escoamento da safra para os armazéns e depósitos se tornam mais intensos.

No entanto, a situação que mais tem preocupado os cafeicultores são os baixos preços do produto praticado no mercado. Nesta semana, no dia 23 de maio, data em que comemora-se o Dia Nacional do Café, ele apresentou cotações inferiores ao desejado por quem produz. A saca de 60 quilos do café arábica foi cotado na casa de R$ 380,00 a R$ 400,00 com algumas pequenas variações conforme o local. A defasagem segundo os especialistas está na casa de R$100,00 podendo chegar a R$150,00 valor desejado pelos produtores.