Desde quinta-feira (22/8), São Sebastião do Paraíso ampliou a vacinação contra o sarampo no município, a partir de um Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública, da Secretaria de Estado da Saúde. De acordo com a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, passaram a ser atendidas crianças fora da faixa etária prevista, com idades a partir de seis a 11 meses. Ela também confirmou que um caso suspeito da doença em Paraíso teve os exames descartados.
Segundo informações da SES cerca de 130 mil crianças com idade entre seis a 11 meses terão direito a receber a vacina tríplice viral, que protege contra o Sarampo, em Minas Gerais. A imunização fora da faixa etária regularmente prevista no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma medida preventiva adotada pelo Ministério da Saúde, em decorrência dos casos da doença registrados no país.
A vacinação dos menores de um ano não substitui as aplicações previstas quando a criança completa as idades estipuladas no programa, que é de 12 e 15 meses, respectivamente. A determinação passou a valer desde quinta-feira,22, e vai vigorar por período indeterminado.
A medida também é justificada pelo fato das crianças nestas idades serem mais vulneráveis aos casos graves e óbitos causados pelo sarampo. A ampliação da faixa etária de cobertura visa também aumentar a proteção às crianças. “Nós já vínhamos atendendo os casos em que as crianças eram levadas aos postos de vacinação e agora estendemos o atendimento a estas crianças”, confirmou Daniela. Ela salienta que não se trata de uma campanha, mas existe um cuidado especial em função de Paraíso estar próximo de cidades do estado de São Paulo, como Franca e Ribeirão Preto onde tem havido muitas ocorrências da doença. “Existem pessoas daqui circulando nestas cidades diariamente é preciso estarmos atentos”, comenta.
Paraíso não teve nenhum caso de sarampo registrado neste ano, mas houve uma ocorrência suspeita. “Tivemos uma situação em que os exames foram coletados e enviados para exames laboratoriais, mas, o caso acabou sendo descartado”, salienta. Daniela explica que este foi o motivo da cidade ter aparecido no mapa do sarampo em Minas Gerais, divulgado pela SES. “Trata-se da condição de suspeita” aponta.
Para o caso dos pais ou responsáveis que forem levar a criança para ser imunizada contra o sarampo existem várias salas com o remédio disponível. A vacina pode ser feita no Posto de Puericultura, e nas Unidades de Saúde da Família da Vila São Pedro, São Judas, Vila Formosa e também na USF do Distrito de Guardinha. “Na próxima segunda-feira, 26, teremos uma reunião com os médicos para avaliarmos se outras medidas deverão ser tomadas”, acrescenta a coordenadora.
Situação do Sarampo
Diante da volta da circulação do vírus do sarampo no país, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) elaborou um Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública do Sarampo. O objetivo é planejar, executar e avaliar medidas de prevenção e de controle em tempo oportuno, a partir da notificação de possíveis casos da doença.
Em Minas Gerais, desde o início de 2019 até o momento, foram notificados 109 casos suspeitos de sarampo, provenientes de 44 cidades no estado sendo uma delas de São Sebastião do Paraíso. O município figura entre os 93 de onde os exames laboratoriais foram descartados, sendo que 13 estão sob investigação e três foram confirmados, sendo um importado.
O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Dessa forma, é uma doença com alto potencial de contágio e comum na infância. O sarampo começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares. Além da febre e exantema, a pessoa também pode apresentar tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na parte interna da boca, conhecidas como sinal de Koplik.
Não há tratamento específico para a doença, apenas para os sintomas. O paciente deve ser hidratado, alimentado e ter a tosse e a febre controladas por medicamentos. O paciente também deve estar em isolamento hospitalar ou domiciliar durante o período de transmissibilidade e ter acompanhamento médico e epidemiológico por 30 dias.
Prevenção
A única forma de se prevenir contra o sarampo é por meio da vacinação. “A vacina é segura e eficaz na prevenção da doença”, acrescenta Daniela. Por isso, a principal ação da SES para impedir o avanço da doença é a imunização, mobilizando esforços para garantir o maior índice de coberturas vacinais. Tanto a Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, quanto a Tetra Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a varicela (catapora), fazem parte do calendário de vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de forma regular e contínua.