O Brasil passa por um momento de brutalidade sem limites. Conforme publicado recentemente na grande imprensa, até o mês de agosto haviam sido assassinados só no Rio de Janeiro 44 policiais, e 1249 pessoas morreram em confrontos com a polícia ou vítimas destes confrontos, sem participação efetiva neles. Estes números mudam a cada minuto.
Como explicar a morte de 44 cidadãos em pleno cumprimento do dever? Como explicar que, para cada policial morto morreram 28,38 pessoas? Entre estas pessoas morreram criminosos com certeza, mas também morreram cidadãos de bem de meia idade, velhos, adolescentes que iam jogar bola ou para a escola e crianças.
É admissível a morte de uma criança, com a alegação de se combater crimes? Se a resposta for sim, é porque chegamos a bestialidade total. Este ano já morreram oito. A garota Ágatha Félix e as outras crianças assassinadas não eram marginais perigosos e nem agentes estrangeiros infiltrados. Eram só crianças. Não me venham falar em efeito colateral, pois onde existe vida não se pode correr este risco. Este quadro dantesco está ultrapassando até mesmo os limites da Lei do Talião.
A experiência tem mostrado que enfrentar a violência com fuzil nas mãos não traz resultado. O México no governo Felipe Calderón, implantou este regime e a violência só aumentou, pois além dos criminosos, pessoas que faziam parte das forças de segurança também começaram a impor o terror junto à população. Inclusive com a execução e o desaparecimento de um ônibus com estudantes e professores. Suspeita-se que, foram entregues por forças de segurança do estado a um grupo de traficantes de drogas. O contrário aconteceu com Medelín, na Colômbia; de cidade mais violenta do mundo nas décadas de 80/90, com programas de inclusão social, planejamento e serviço de inteligência, se tornou um modelo para o mundo. Será que não dá para criar projetos com inteligência, com visão de futuro e racionalidade, ao invés de dar tiros? Quando autoridades constituídas comemoram a morte prematura de pessoas, sob qualquer pretexto, como tem acontecido atualmente, é a prova cabal da falência do estado.
Em um pais com aproximadamente 47.000 mortos e 400.000 mil pessoas com alguma sequela em média por ano, em acidentes de transito, a um custo de 56 bilhões de reais, afrouxam-se as regras de condução de veículos. No Vietnã morreram aproximadamente 58.000 americanos em dezesseis anos de guerra. Liberam-se a aquisição e o porte de armas, mesmo sabendo-se que é a maneira mais fácil de se pôr fim a uma vida. Queimadas são estimuladas, mesmo sabendo-se que promovem uma verdadeira chacina da flora, fauna e até mesmo entre os seres humanos, com suas consequências.
QUE VALOR TEM A VIDA PARA OS BRASILEIROS?
E o mais assustador é que, gente que se diz cristã apoia este tipo de absurdo e comemora. Quando foi que Cristo pregou isto?
Tem gente que fala de Venezuela, Coreia do Norte, Cuba, para justificar este apoio. Imbecis do meu Brasil, o problema não é ideológico, não é esquerda e direita; é sim de amor e desamor, de racionalidade e irracionalidade, de competência e de incompetência, de inteligência ou sua falta.
“Não menospreze o dever que a consciência te impõe, valorize a vida”! (Chorão)
João Batista Mião - São Sebastião do Paraíso.