Pelo menos três clientes de agências bancárias de São Sebastião do Paraíso caíram nos últimos dias em golpes de pessoas que se passaram por funcionários destas empresas e a partir da obtenção de informações dos dados da conta efetuaram saques, ocasionando prejuízo às vítimas. Um dos casos mais recentes ocorreu na manhã de quarta-feira, 6 de novembro, quando um criminoso que se passou por agente de instituição aplicou o golpe do empréstimo no valor de R$ 250,00. Na semana passada foram registrados ao menos dois casos em que pessoas foram procuradas em casa para a troca de cartões.
O caso mais recente registrado em Paraíso foi de um homem identificado como L.F. Conforme a denúncia da vítima, ela foi procurada por uma pessoa que se passava por agente do Banco BMG, que o indagou se o mesmo tinha interesse em fazer uma movimentação bancária. A proposta era de que com um depósito haveria a possibilidade de saque de R$ 5 mil, em forma de empréstimo, que seria pago em 12 prestações de R$ 88,00.
Por vários dias o golpista fez contato com a vítima e a induziu para fazer um depósito de R$ 250,00 que lhe daria direito ao saque do valor mencionado nas tratativas anteriores. Após vários dias de conversações o homem efetuou a transação aguardando que de imediato teria acesso do valor prometido de que lhe seria permitido sacar. Somente depois que verificou que o dinheiro não estava disponível é que ele percebeu ter sido vítima de um golpe. A Polícia Militar foi acionada e fez o registro do boletim de ocorrência.
O golpe do empréstimo é uma modalidade de crime já bem conhecida nos tempos atuais. Ele funciona quase sempre da mesma forma e tem uma característica comum: a antecipação de um valor em troca de efetivar a operação. O problema é que mesmo sendo famoso, esse tipo de estelionato ainda encontra um ambiente favorável para multiplicar seu número de vítimas. A falta de informação e de atenção estão entre as causas que contribuem para o sucesso destes golpes.
No intuito de reorganizar as finanças e equilibrar o orçamento pessoal, para um eventual descontrole ou emergência, o cidadão às vezes se vê em situação vulnerável. É neste momento que os golpistas entram em ação de maneira mal intencionada. Se de um lado está a vítima em situação financeira desfavorável, de outro aparece o estelionatário que encontra na fragilidade momentânea a condição adequada para envolver mais uma vítima no golpe do empréstimo.
Ainda na semana passada pelo menos outras duas situações semelhantes foram registradas com pessoas que se disseram vítimas do golpe da troca de cartões. Uma delas reside na rua Djalma Dutra região central da cidade. A alegação foi de que uma ou mais pessoas se passando por funcionários do banco estiveram nas casas destas pessoas para efetuar a troca do cartão que estaria vencido. Após o recolhimento do cartão original o golpista de posse das informações da conta bancária esteve na agência para efetuar saques e desapareceu em seguida.
Alertas
O golpe começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa se passando por funcionário do banco, dizendo que o cartão foi clonado e que é preciso bloqueá-lo. Para isso, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O falso funcionário pede a senha, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações. Nenhum banco pede o cartão de volta ou se oferece para retirá-lo. A recomendação é para que, então, desligue o telefone e consulte seu gerente sobre alguma irregularidade.
Ao entregar a maquininha para digitar a senha, o bandido se aproveita de alguma distração ou usa algum truque para desviar a atenção do comprador, que, sem perceber, digita a senha no campo de valor, em que aparecem os números digitados e não asteriscos. O golpista consegue, assim, roubar a senha. Ainda aproveitando a falta de atenção, ele troca o cartão e devolve um similar e até do mesmo banco. E o consumidor só vai perceber a troca ao tentar usar o cartão novamente.
A principal característica do golpe do empréstimo é a exigência de recebimento de uma quantia prévia em troca da liberação do valor a ser emprestado. É dessa forma que esse crime se sustenta. A justificativa fica condicionada ao pretexto de que o valor cobrirá as taxas para efetivação do negócio. Ou então que servirá para como um "seguro fiança" para contornar a ausência do fiador ou avalista. A forma de recebimento é sempre por meio de transferência ou depósito em conta bancária. Só que essa conta, em termos gerais, é sempre de uma pessoa física.
Eles usam indevidamente nomes de instituições ou bancos conhecidos e confiáveis. Se valem de canais de comunicação não oficiais como telefones, chats nas redes sociais ou aplicativos de troca de mensagem para conversar com as vítimas. Adotam um tom de urgência para que a vítima não tenha tempo de refletir sobre a proposta. Caso a pessoa perceba estas atitudes é melhor ficar atento para evitar um possível golpe e eventuais prejuízos, muitas vezes irreparáveis.