Todos os esforços da Câmara Municipal e da Prefeitura para conseguir trazer para São Sebastião do Paraíso a instalação de uma empresa distribuidora de combustíveis foram por água abaixo após Guaxupé oferecer à empresa um terreno com fornecimento de energia e água. Quem levou a informação à Câmara Municipal na sessão de segunda-feira (11/11) foi o vereador Vinício Scarano, que contou ter recebido um telefonema do representante comercial da empresa, informando sobre a situação.
A expectativa é que, além da grande quantidade de empregos, é que empresa também pudesse gerar um ICMS na casa dos R$ 60 milhões para o município. O vereador lembrou que quando procurou o município foi protocolada uma carta de intenção constando a solicitação de um imóvel e isenção fiscal de ISS e IPTU durante um período determinado. "Desde então trabalhamos bastante junto ao Poder Executivo, fomos verificar várias áreas, e um empresário disponibilizou uma área com um valor muito abaixo do mercado para tentar colocar a empresa em Paraíso".
Vinício Scarano lamentou o ocorrido. Marcelo Morais, por sua vez, parabenizou o empenho do colega, mas não poupou críticas ao município que, segundo ele, "não demonstrou interesse em tirar um poste do meio de um terreno".
O vereador também citou outra empresa, que também tem a intenção de vir para o município e deve gerar 500 empregos diretos e que, segundo ele, está comprando a área para se instalar. "É por isso que eu entrei com projeto de lei para dar incentivo fiscal e tenho certeza que o prefeito vai vetar", conta.
"Estávamos comemorando na semana passado e agora isso. Infelizmente, se não houve favorecimento ao empresário e geração de emprego é isso que vai acontecer. Parabéns para o prefeito Jarbinha, que vai gerar ICMS para a cidade dele, para a gente não", disse a vereadora Cidinha Cerizze. O vereador Luiz Benedito de Paula também lamentou e ressaltou o número de empresas que há em Guaxupé.
Vereadores também ressaltaram a necessidade de se pensar em um condomínio industrial em Paraíso, para abrigar essas empresas que têm interesse na região.
"Faltou cavalheirismo, a Prefeitura não tem terreno para doar", diz secretária
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Elcília Paulinelli de Oliveira, disse que a atitude dos representantes da empresa Ruff Distribuidora de Combustível foi "deselegante" e classificou que "faltou cavalheirismo" nas tratativas que estavam em andamento. Ela justificou que "a Prefeitura não tem terreno para doar", como fez a Prefeitura de Guaxupé que fez oferta melhor do que São Sebastião do Paraíso para atrair a empresa.
Elcília Paulinelli mencionou em entrevista ao Jornal do Sudoeste, que as negociações com a Prefeitura para a vinda da empresa para São Sebastião do Paraíso estavam em andamento há alguns meses. As tratativas estavam sendo realizadas através do vereador Vinício Scarano Pedroso, juntamente com a Câmara. O prefeito Walker Américo Oliveira, chegou a reunir-se com Rogério Cardoso, gerente de negócios, e o assessor de negócios da distribuidora, Antônio Zague, em julho deste ano.
A secretária afirma que as conversações estavam bem adiantadas e na parte prática também os entendimentos estavam avançadas. "Nós fizemos o estudo de viabilidade, viabilidade de impacto para fazer uma via pavimentada para ligar a área onde a empresa seria instalada. Corremos atrás para fazer a transferência dos postes de energia para liberar o terreno", cita. Conforme anunciado, de forma diferente de Paraíso, a Prefeitura de Guaxupé doou a área para a empresa entre outros benefícios.
"Guaxupé doou o terreno com energia, água e o que eles precisarem". De acordo com Elcília não houve falta de interesse da Prefeitura de Paraíso. "Faltou foi consideração conosco, pois, estávamos nos detalhes finais da tramitação". Ela lembra que o empresário dono da área em Paraíso até teve gastos para liberar o imóvel. "Ele gastou recursos próprios para legalizar toda a área para a empresa, já que se tratava de um imóvel de família, foi preciso fazer o desmembramento, investiu dinheiro do bolso confiante e acreditando que tudo daria certo", observa. Para a secretária de Desenvolvimento "de uma certa forma ele não fez um acordo de cavalheiro com a gente", descreve. Por telefone teria chegado a notícia de que a distribuidora iria para Guaxupé. "Por fim ele simplesmente ligou para dizer que não viria mais negociar", relata.
Elcília vai além e fala das possibilidades do município paraisense. "A questão é que nós não temos terreno de 30 mil m² para doar para a empresa. E ontem chegou a notícia de que ela estaria indo para Guaxupé em função de lá ter o espaço como eles gostariam de ter e lhes foi oferecido. Guaxupé tem e nós não temos", finalizou.