A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Elcília Paulinelli, convocada para esclarecer dúvidas e responder a questionamentos de vereadores sobre sua pasta, foi à Câmara, segunda (25/11). O assunto principal girou em torno de empresa de distribuidora de combustível que iria se instalar em Paraíso, mas que não teria recebido incentivo da prefeitura paraisense tendo ido para Guaxupé após aquele município oferecer terreno com instalações de água e luz.
O presidente da Câmara, Lisandro José Monteiro, questionou sobre a empresa Ruff, distribuidora de combustível que tinha a intenção de instalar uma unidade em Paraíso, o que geraria cerca de R$ 60 milhões de ICMS conforme já havia relatado os vereadores em sessão anterior. Ele comentou que a secretária esteve envolvida em todo o processo desde que a empresa manifestou interesse em vir para Paraíso.
Lisandro passou a palavra ao vereador Vinício Scarano, que teria feito as tratativas iniciais e relembrou toda a história envolvendo a pretensão da empresa vir para o município. Ele chegou a comentar posicionamentos que fez durante todo esse processo, envolvendo inclusive carta de intenção solicitando isenção fiscal e doação de um imóvel para que a vinda da empresa se efetivasse. Disse que o município não tinha a condição de doar um terreno por não ter nada que atendesse a necessidade da empresa, mas lembrou:
"De imediato nós acionamos os vereadores Marcelo e Lisandro que nos ajudaram a encontrar dois possíveis locais. Primeiro próximo a Ollan, na BR-491, e o segundo, próximo a Matsuda, na MG-050. O estudo de viabilidade verificou que a primeira era área de manancial, o que impossibilitava; já a segunda precisaria de energização e a retirada de um poste que estava no meio da área que estávamos verificando".
Vinício destacou que o proprietário do terreno se empenhou para que tudo desse certo, no entanto não foi possível efetivar o intento, tendo o município de Guaxupé feito a oferta de uma doação de imóvel. O vereador destacou que não está buscando culpados, mas que tem que buscar soluções já que o município, segundo afirma, não tem condições de atrair novas empresas para investirem em Paraíso.
Scarano destacou que jamais falou em quantidade de empregos que a empresa geraria, mas do ICMS - cerca de R$ 60 milhões. Sobre as isenções, a secretária afirmou que não entendeu o pedido, já que o único imposto que a empresa pagaria seria o ICMS, que é um tributo estadual e ITR, que é federal cobrado de imóveis rurais. Ela frisou que não seria cobrado nenhum imposto municipal da empresa a não ser o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Após apontamentos, o vereador destacou a importância de discutir a viabilidade do município criar uma área que seja preparada para receber grandes empresas e gerar emprego e renda. A secretária de Desenvolvimento Econômico lembrou das dificuldades financeiras vividas pelo município e que isso impacta do investimento em implantação de novos negócios. Disse que existem outras prioridades para além de desapropriação de terras para construção de um parque industrial. "Isso foi muito bem conversado e ficou muito claro para o vereador e para a Ruffo. Neste momento o município não teria condições de oferecer nenhuma isenção, já que o único imposto municipal que seria gerado a um primeiro momento seria o ITBI, que até então não saberíamos o valor já que não havia o terreno averbado", explicou.
Elcília ressaltou que tudo o que foi pedido ao município, foi feito da melhor forma possível, inclusive a retirada dos postes e eletrização da área. "Quando houve a desistência eu soube pelo vereador e não pela empresa, isso me deixou chateada. Quanto a empresa ir para um município que tem condições de atender as necessidades dela, no momento Paraíso não tem condições de brigar por isso, infelizmente", ressaltou. Elcília também ressaltou a necessidade de haver união para pensar em Paraíso para que haja desenvolvimento.
Lisandro destacou seu descontentamento com situação. Disse que foi chamado de mentiroso e teceu duras críticas a municipalidade que, segundo ele, não trouxe nenhuma empresa que gerasse emprego em Paraíso. Disse que já que o município não pode criar oportunidades para empresas se instalarem em Paraíso, deveria incentivar as que aqui já estão.
Em justificativa, a secretária disse que é uma fase difícil e ressaltou que quando se pensa em desenvolvimento econômico, a riqueza gerada por essas grandes empresas não fica no município, mas retorna para sua cidade de origem. Scarano discordou, e afirmou que empresa Ruff movimentaria a economia em Paraíso.
Por fim, após questionamentos e esclarecimentos no que tange a implantação de novas empresas em Paraíso, a secretária de Desenvolvimento Econômico ressaltou que as portas da Secretaria estão abertas para que vereadores possam visita-las para que juntos possam pensar em algo palpável e realizável "Não adianta sonharmos grande, e não realizar nada", finalizou.