Pela terceira semana consecutiva, mães estiveram na Câmara Municipal de para cobrar a retomada das creches em período integral para suas crianças e quatro e cinco anos. Após polêmicas, em reunião que aconteceu na prefeitura na tarde de terça-feira (10/12), com prefeito, os dez vereadores, secretária municipal de Educação e representante da procuradoria do município, foi informado que crianças em situação de vulnerabilidade não perderão vagas em tempo integral e que o prefeito vê a possibilidade de ampliação de vagas com a inauguração da Escola Municipal José Carlos Maldi.
O que vinha causando desconforto e gerado debate foi a decisão da Secretaria Municipal de Educação em remanejar as crianças de quatro e cinco anos para o ensino regular (deixando a mães sem saber o que fazer no contraturno) para poder oferecer o ensino integral para crianças de zero a três anos de idade, que o município deve cumprir por lei.
O vereador e presidente da Comissão de Educação, Vinício Scarano, lamentou a situação e sugeriu que seja enviado novo ofício cobrando um posicionamento da Prefeitura e da Secretaria de Educação. "Quanto mais tempo uma pessoa fica dentro de uma escola, melhor é para o desenvolvimento da sociedade. Sem o tempo integral, as mães não vão consegui trabalhar para ter mais recurso para manter a sua casa e os seus filhos", lamentou.
O vereador Marcelo de Morais criticou o pedido de envio de ofício já que, segundo ele, já foram encaminhados outros ofícios e a Casa não obteve resposta.
Uma das mães que estavam na plateia se manifestou chorando, alegando que situação é triste e falou do número de mães que está sem saber o que fazer. Ela defendeu a ideia de que situação se resolva ainda este ano e que elas não irão esperar o próximo para que haja uma resposta. "Essas crianças necessitam desse período integral, há crianças que vão para apenas para ter o que comer. São vocês, vereadores, que devem nos representar. Quem somos nós?", disse emocionada.
O vereador Luiz Benedito de Paula também criticou a situação e voltou a questionar retirada de creche no anexo à Prefeitura para uso da UFLA. O vereador José Luiz das Graças afirmou que o tempo integral é obrigatório para crianças de zero a três anos e que, em relação às crianças de 4 e 5 anos, é uma decisão do prefeito que, segundo ele, também deve oferecer essas creches. Sergio Aparecido Gomes também criticou a situação, e disse que também assinará o abaixo-assinado pela volta das creches.
PREFEITURA
Na tarde de ontem, terça-feira (10/12), os dez vereadores estiveram na prefeitura em reunião que aconteceu por intermédio dos vereadores Valdir do Prado e Jerônimo Aparecido. Sobre a situação, a assessoria de Comunicação da prefeitura esclareceu que dos 170 alunos que foram remanejados para o período parcial, apenas oito demonstraram dificuldade de se adaptar. "A secretaria de Educação pediu que quem tivesse com dificuldade de deixar as crianças somente meio período e que não tivesse mesmo com quem deixa-las, que procurassem a Secretaria de Educação. Dos 170 pais de alunos, apenas oito buscaram a Secretaria demonstrando a sua dificuldade", explica.
De acordo com a Prefeitura, sendo assim, depois que apenas oito pais procuraram a Secretaria de Educação, o prefeito informou aos vereadores que para conhecer realmente a demanda e verificar a possibilidade de atendimento, é necessário que todas as crianças estejam matriculadas. "O município tem prazo até o dia 20 de janeiro para encerrar as matrículas. As aulas devem começar no dia 10 de fevereiro. O prefeito vê uma possibilidade de ampliação das vagas de tempo integral com a inauguração da Escola do Bela Vista em janeiro", informou.
Ainda, segundo a assessoria da Prefeitura, o município vem informando por meio dos programas de rádio que essas crianças não ficarão desassistidas e disse que a Prefeitura tem estado aberta ao diálogo, mas ninguém, além de uma mãe, procurou o prefeito para se informar. "O prefeito sempre esteve aberto ao diálogo, tanto que atendeu aos vereadores prontamente. No entanto, uma única mãe foi até a prefeitura e depois divulgou informações de maneira equivocada. Em momento algum a secretária de Educação ofereceu vaga apenas para a criança dela, mas que se fosse contatado que era uma criança em situação de vulnerabilidade, ela teria sua vaga garantida", finaliza.