A Vigilância em Saúde não baixou a guarda para o mosquito da dengue e já começa o ano de 2020 em alerta, a fim de combater a proliferação do mosquito e evitar que o ano de 2019, quando foi registrado um recorde de notificações, não se repita. Embora já esteja mais atenta à questão, a coordenadora da Vigilância em Saúde em São Sebastião do Paraíso, Daniela Cortez, ressalta que até o momento, a situação está controlada e muito diferente do que foi registrado na primeira semana de janeiro de 2019, quando 36 casos foram notificados.
De acordo com Daniela Cortez, o alerta é principalmente devido ao período do ano que está atípico e registrando fortes chuvas seguidas de sol, o que contribui para o ambiente adequado para proliferação do mosquito. A expectativa é que com o próximo Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes Aegypt, o Lira, revele um número alto dos focos encontrados no município.
"O ambiente está propício para a proliferação do mosquito e temos um alto índice de infestação do mosquito em Paraíso. Nesta semana, concluiremos o levantamento. Porém, além das ações que já realizamos ao longo do ano, a orientação é que intensifiquemos os trabalhos de conscientização da população, para que o munícipe crie a consciência de que ele tem a obrigação de eliminar os focos do mosquito dentro da sua casa, no seu terreno", ressalta.
Além disso, as ações devem se voltar ainda mais para a conscientização, a fim de reduzir o uso de venenos para combater o mosquito, reduzindo assim impactos ambientais. "Em situações de epidemia, não é possível deixar de fazer o uso desse recurso, mas no dia a dia, iremos realizar o combate usando o menos possível desse recurso, pensando no meio ambiente e também em evitar que o mosquito crie resistência ao veneno utilizado. Os trabalhos estarão concentrados na eliminação do foco do mosquito, e nisso a população pode nos ajudar muito", alerta.
A coordenadora recorda que no ano passado, neste mesmo período, a Vigilância já trabalhava em ritmo acelerado, dado o aumento diário do número de notificações de casos suspeitos de dengue e que mobilizou, inclusive, o uso de um veículo fumacê, que mais tarde foi reforçado por outro veículo, a fim de combater a epidemia que se alastrava. "A primeira semana de janeiro, tínhamos um número alto, que dobrou na semana seguinte e foi progressivo, tendo um pico de casos na quinta semana. Mas em dezembro de 2018, já registrávamos um aumento da dengue no município", relata.
O mesmo não foi percebido em dezembro do último ano, que registrou nove casos suspeitos de dengue, e que foram descartados. "Em 2018 de um mês para outro aconteceu um aumento drástico, e que não aconteceu de 2019 para 2020. O período de chuva também está estranho. A chuvas só estão vindo agora, em dezembro no mesmo período, comparado com 2018, tivemos menos chuva", conta.
Daniela ressalta que uma das possíveis causas do alto número positivo de dengue em 2019 em Paraíso foi a presença do vírus da dengue tipo 2 no município, que não circulava na região há pelo menos 10 anos. "É uma das possibilidades, quando há um novo vírus, a tendência é que haja um alto índice de casos. O que podemos dizer epidemiologicamente é que esses casos de epidemias de dengue são cíclicos, a cada dois e três anos sempre acontece um caso. No momento, estamos em alerta, porque o índice de infestação está muito alto", acrescenta.
ALERTA PERMANENTE
A coordenadora destaca ainda que um dos trabalhos que serão mais intensificados pela Vigilância, é a educação e conscientização da população que, conforme ela destaca, é a única que pode acabar com o mosquito. "Para isso, é muito fácil, basta tirar cinco minutos do dia e olhar o quintal e em locais que acumulam água, eliminando os possíveis criadouros e focos do mosquito", completa.
Dengue: o que fazer para acabar com essa ameaça
Outra preocupação, e que o cidadão precisa estar atendo, é em relação a reincidência da dengue. Em pacientes que já foram contaminados pelo mosquito em outro momento, é perigoso o acometimento de uma dengue hemorrágica, que pode levar a morte. Para não arriscar, o cidadão pode tomar algumas medidas preventivas, contribuindo para a eliminação do mosquito da dengue e, consequentemente, da doença. Entre elas:
- cuidado especial no armazenamento e destinação do lixo, mantendo-o em recipiente fechado e disponibilizando-o para recolhimento pela Limpeza Urbana na frequência usual;
- jamais descartar o lixo ou qualquer outro material que possa acumular água no quintal de casa, no quintal de vizinhos, na rua ou em lotes vagos;
- manter a caixa d"água sempre limpa e totalmente tampada;
- manter as calhas livres de entupimentos para evitar represamento de água;
- eliminar os pratinhos de vasos de plantas; caso não seja possível, mantê-los limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia;
- manter limpos e escovados os bebedouros de animais domésticos; a água deve ser trocada diariamente;
- manter piscinas sempre em uso e devidamente tratadas;
- atenção especial ao sair de férias para que esses cuidados estejam garantidos na ausência do morador;
- caso perceba a manifestação de qualquer sintoma de dengue ou febre Chikungunya, procurar imediatamente o centro de saúde mais próximo.