Após publicada matéria no Jornal do Sudoeste na edição de quarta-feira (15/1), sobre o risco de epidemia da dengue em São Sebastião do Paraíso dado ao alto índice de infestação do mosquito Aedes Aegypt, diversos moradores pediram para que fosse aplicado o uso do fumacê em seus bairros, no entanto a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, explicou que isto não será possível já que o veneno só é autorizado quando é alarmante o número de notificações, o que ainda não é o caso de Paraíso.
Segundo Daniela, são frequentes os pedidos solicitando este recurso emergencial por meio da ouvidoria. "Porém não temos autorização para utiliza-lo, e para ter a liberação do fumacê precisamos ter mais de 250 casos suspeitos de dengue no período de 4 semanas, como foi o caso de 2019. Além disso, o Estado quer trocar o veneno pela destruição do foco do mosquito, e é para isto que estamos direcionando nossas ações", explica.
A coordenadora ressalta que o veneno, além de acabar sendo prejudicial para o meio ambiente, o mosquito acaba criando resistência a ele com seu uso muito frequente, tornando a medida ineficaz para casos de extrema necessidade, como é o caso de uma epidemia da doença. "O fumacê, de fato, acaba dando resultados mais rápido, mas por hora não estamos autorizados. Todavia a população pode fazer a sua parte eliminando os focos do mosquito", acrescenta.
Conforme destaca Daniela Cortez, caso o morador também ache necessário, ele pode fazer o combate ao mosquito alado com veneno que pode ser encontrado no mercado, além de fazer o uso de repelente que é o que vai proteger contra a picada do mosquito. "É importante que as grávidas também usem os repelentes para se proteger do Zika, que pode causar problemas na gestação, e também do Chikungunya. É sempre nessa época de verão que o repelente deve ser mais usado para não se ter o risco de contrair essas doenças", alerta.
INFESTAÇÃO
De acordo com o último levantamento do número de focos do mosquito, e que deixou o município em estado de alerta para um possível surto da doença, o índice apontou 11,5% de infestação do Aedes Aegypti. "Isso significa que a cada 100 casas visitadas, em mais de 11 nós encontramos focos do mosquito da dengue", explica.
A coordenadora conta que também foram feitas visitas em pontos estratégicos, como borracharias e ferros-velhos, onde também foram encontrados focos do mosquito e onde os agentes reforçaram as orientações para prevenção da doença. "Nesses locais onde temos encontrado muitos focos, sempre orientamos os proprietários e também aos moradores de maneira geral, a não deixar acumular água e contribuir para os criadouros do mosquito", ressalta.
O foco das ações, conforme já relatou Daniela Cortez, é trabalhar o menos possível com veneno e mais o combate ao foco. "É a eliminação de foco, o que eu acho até mais viável, porque a gente percebe que ao eliminar foco e trabalhar a conscientização, diminui também o número de notificações. Até agora tivemos ao todo 13 notificações e nenhum caso confirmado", conta Daniela.
Embora veja a situação com olhar otimista, ela adianta que a expectativa é que haja aumento nos casos notificados com o fim das chuvas torrenciais. "Já estamos programando novos mutirões porque percebemos que onde realizamos esse trabalho no ano passado, o índice foi menor, em compensação, onde não foi tão focado o trabalho, que é o caso da região central, é onde tivemos o maior índice de infestação. Os moradores precisam também fazer a sua parte, limpeza é uma das formas mais eficazes de se combater essa doença", completa.
LEMBRANDO QUE...
Conforme destaca Daniela Cortez, são pequenas as ações que o cidadão pode tomar para ajudar na luta contra a dengue. Com apenas cinco minutos, o cidadão pode verificar seu quintal e eliminar a água de qualquer recipiente que possa contribuir para a proliferação do agente transmissor da dengue. Além disso, denúncias podem ser feitas à Vigilância pelo telefone 3539-1040 ou pelo aplicativo E-ouve da Prefeitura. Além disso, o cidadão pode:
- tomar cuidado especial no armazenamento e destinação do lixo, mantendo-o em recipiente fechado e disponibilizando-o para recolhimento pela Limpeza Urbana na frequência usual;
- jamais descartar o lixo ou qualquer outro material que possa acumular água no quintal de casa, no quintal de vizinhos, na rua ou em lotes vagos;
- manter a caixa d"água sempre limpa e totalmente tampada;
- manter as calhas livres de entupimentos para evitar represamento de água;
- eliminar os pratinhos de vasos de plantas; caso não seja possível, mantê-los limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia;
- manter limpos e escovados os bebedouros de animais domésticos; a água deve ser trocada diariamente;
- manter piscinas sempre em uso e devidamente tratadas;
- atenção especial ao sair de férias para que esses cuidados estejam garantidos na ausência do morador;
- caso perceba a manifestação de qualquer sintoma de dengue ou febre Chikungunya, procurar imediatamente o centro de saúde mais próximo.