Mais de 51.400 pessoas foram vacinadas contra a febre amarela nos últimos 12 anos em São Sebastião do Paraíso. O levantamento foi divulgado na segunda-feira,27, pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Outro dado do município em relação a esta doença neste período é que 16.498 pessoas deixaram de se imunizar segundo o relatório. O alerta é que a enfermidade é típica desta época do ano e ocorre com frequência no período que vai até maio.
Em relação aos números de Paraíso no período de 2007 a 2019 a faixa etária que mais teve pessoas imunizadas é a que compreende as pessoas com idade entre 15 a 59 anos. Neste bloco foram 27.993 pessoas, sendo que posteriormente estão os idosos a partir dos 60 anos, sendo um total de 8.683 pessoas. O menor público está na faixa etária com bebês em idade menor que um ano de vida. De acordo com o relatório foram apenas 73 imunizados nesta classe.
Por outro lado, a mesma pesquisa indica que 16.498 pessoas deixaram de vacinar nestes 12 anos. A grande maioria está entre as pessoas com idade de 15 a 59 anos, que totalizam 14.975 doses não aplicadas. Com um ano foram 60; com dois anos (46) e na faixa de 10 a 14 anos foram 1.417.
A vacinação é considerada a maneira mais eficaz e segura de prevenir contra a doença. A chegada do período chuvoso e aumento das temperaturas, tornam-se ainda mais importante a adoção de medidas de prevenção. Através do Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina é oferecida de forma gratuita por meio do Calendário Nacional de Vacinação.
A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores e possui dois ciclos de transmissão. Uma delas é silvestre, quando há transmissão em área rural ou de floresta e a outra é urbano. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
A maior frequência da Febre Amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola. A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela, ou tomado a vacina contra a doença, é picada por um mosquito infectado, o Haemagogus e o Sabethes. As primeiras manifestações da doença são repentinas sendo caracterizada por febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
A mortandade de macacos é um importante indicativo da circulação do vírus da febre amarela, uma vez que os macacos também são vítimas dos mosquitos vetores da doença no ciclo silvestre (Haemagogus e o Sabethes). Sendo assim, a morte de macacos deve ser notificada à Secretaria Municipal de Saúde ou a própria Prefeitura de seu município.
Em 2017 a Secretaria de Estado da Saúde apresentou um caso de epizootia, que é uma situação de investigação em relação a um animal morto se estava contaminado ou não. Na oportunidade o Departamento Municipal de Controle de Zoonoses foi acionado e recolheu os restos mortais de um macaco da espécie “Mico Estrela” que foi encontrado morto na Avenida Itália, no Jardim Europa. O material foi enviado para análise na Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte. Após os exames e análises laboratoriais o caso acabou sendo descartado.
A vacina
A vacina é recomendada a todas as pessoas, principalmente aquelas que moram ou vão viajar para áreas com indícios de febre amarela. Está disponível, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em todas as unidades de saúde, e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. Em abril de 2016, foi adotada a dose única da vacina contra Febre Amarela no SUS em Minas Gerais. Isso significa que apenas uma dose é capaz de imunizar por toda a vida, não havendo mais a necessidade de reforço. A medida foi proposta pelo Ministério da Saúde, que recomenda a dose única seguindo orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) chama a atenção para a atualização do cartão de vacinas, uma garantia para que as famílias possam desfrutar o verão com tranquilidade. A imunização contra a febre amarela é uma das principais ações para garantir o bem-estar e o sossego de crianças e adultos. Em Minas Gerais, a cobertura vacinal acumulada da vacina febre amarela no período de 2007 até 17 de janeiro de 2020 é de 95,32%. Os dados são do Ministério da Saúde. A cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.