Em tempos de isolamento social, é comum que a população fique ansiosa e passe a sentir desconforto com a privação da liberdade. Entretanto, a medida se faz necessária já que o contágio e a proliferação do vírus Covid-19 se dão pelas interações sociais e ocorre de maneira muito rápida. Uma única pessoa contaminada, segundo estudos, pode transmitir a doença para quase três pessoas num período de cinco dias, essa projeção para um período de 30 dias equivale a 406 pessoas.
Conforme destaca a psicóloga Patrícia Chicaroni, o medo é necessário para que nos defendamos. “É ele que nos alerta para atitudes preventivas e em momentos como o que estamos passando, temos que seguir as dicas de quem já teve a experiência e ficar em casa como: manter uma boa alimentação; ter bons pensamentos, esperança; fazer orações, independente de religião; e também manter conversas entre familiares e amigos pelas redes sociais. São dicas saudável para manter o equilíbrio emocional”, ressalta.
Conforme a especialista, é comum as pessoas sentirem ansiedades, angústias e quem já tem síndrome do pânico e transtorno obsessivo compulsivo, podem intensificar os sintomas. A saúde mental é fundamental em momentos de crise, para que não se perca o controle da situação e, em casos extremos, deve-se procurar ajuda de um profissional habilitado. “Isolamento social, pandemia, coronavírus, mortes, são palavras muito comuns no momento e só de ouvi-las já desencadeamos uma série de sinais de alerta em nosso corpo. Então, não ficar só vendo notícias ruins é uma boa dica para todos nesse momento, aproveitar pra ouvir músicas; quem gosta de ler, leia aquele livro que não deu pra ler, arrume os armários, documentos etc.. Também é importante fazer coisas que deem prazer, e possam reverter o estado emocional. Estar junto da família nunca foi tão importante diante do medo da perda, que tal resgatar brincadeiras, cozinhar juntos, deitar tudo junto na cama, assistir filme em família”, orienta.
CRIANÇAS
Em relação a como lidar com a situação envolvendo as crianças, a psicóloga orienta: “Penso que conversar sobre os medos e as práticas preventivas são as melhores atitudes nesse momento, mantê-los em isolamento social é proteção, e protegemos quem amamos. Estar juntos respeitando a individualidade de cada um, olhando uns para os outros pode causar mais benefícios, sem aterrorizar, sem maltratar, sem excluir, o momento pede união e reconhecimento de valores que vínhamos perdendo: a família! Minha mensagem é de que tudo passa, estamos passando também, aproveitar o que há de melhor em cada experiencia e sábio e nos traz aprendizados para a vida”, completa.