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A fragilidade dos idosos relacionada ao sistema imunológico

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 08-04-2020 15:44 | 1644
Foto: Reprodução

A fim de avaliar a fragilidade do idoso, estudo evidenciou que esta, se relaciona a doenças próprias do envelhecimento como anemias, Diabetes Mellitus, insuficiência cardíaca congestiva, osteopenia, diminuição da vitamina D, doença renal crônica, doenças oculares, aumento de citocinas, alteração do estado cognitivo, Doença de Parkinson, dentre outras. Essas fragilidades vêm acompanhadas de mudanças moleculares, senescência celular, danos no ácido desoxirribonucleico (DNA) e encurtamento dos telômeros que é conhecido como o relógio biológico que marca a senescência replicativa (envelhecimento celular) e pode levar o idoso a um estado de fragilidade e vulnerabilidade (FHON et al, 2016).

A fragilidade do idoso relacionada aos fatores nutricionais como consumo de alimentos de baixo custo e mais acessíveis e outros fatores como a dentição, deglutição e alteração do paladar, que nesta faixa etária pode estar prejudicada, leva a pessoa idosa a consumir alimentos que não exijam muito esforço. Desta maneira, a falta de uma ingesta rica em vitaminas (macro, micronutrientes e minerais) prejudica alguns sistemas, como a sintetização do DNA que é otimizada pela presença da vit B12, o Zinco melhorando o sistema imunológico, o ferro prevenindo a anemia, a vit C como antioxidante pode diminuir os efeitos do envelhecimento também atua no sistema imunológico e promove resistência a infecções. Portanto uma nutrição adequada combinada a reposição de vitaminas e minerais pode influenciar o processo de envelhecimento (SANTOS; DELANI,  2015).

A imunidade, é composta por uma série de células que fazem a mediação das intera-ções precoces contra os patógenos (causadores de doenças); como neutrófilos, células NK(células citotóxicas naturais, conhecidas como células destruidoras), fagócitos e DC (células dendríticas); é reconhecida como primeira linha de defesa do organismo. Decorre de processos gerais, inclui a fagocitose de bactérias e de outros invasores pelos leucócitos; as células do sistema dos macrófagos teciduais atuam na produção de mediadores inflamatórios com o objetivo de eliminar a infecção e também é afetada pelo processo de envelhecimento (GUYTON, 2008; AGONDI et al, 2012; KINO-SHITA, 2014).

Assim sendo, alterações decorrentes do envelhecimento nessas células de defesa, representam certa complexidade e formam a base da predisposição aumentada do idoso a doenças infecciosas (AGONDI et al, 2012). Os neutrófilos que fagocitam

(capturam) patógenos e elimina-os, agem em resposta a mediadores inflamatórios. Tais células de defesa têm sua atividade reduzida com o envelhecimento resultando em diminuição da função (RYMKIE-WICZ et al, 2012).

O sistema imunológico no idoso sofre uma deterioração natural por causa do envelhecimento, essa deterioração recebe o nome de imunossenescência, que é a diminuição da capacidade do corpo para responder a infecções e à memória imunológica (ESQUENAZI, 2008).

Neste contexto, a replicação celular e a síntese de composições proteicas, são fundamentais na resposta imune sendo afetadas pelo estado nutricional do indivíduo para determinar o metabolismo celular e sua eficácia ao reagir aos estímulos. Sendo assim, a carência de nutrientes afeta a fagocitose celular, a produção de anticorpos e de citocinas. Desta forma a escassez nutricional otimiza as alterações da resposta imunológica levando ao desenvolvimento de doenças autoimunes, neoplasias e infecções como por vírus (MALA-FAIA, 2008).

Assim sendo, estudos demonstram que a deficiência de vitaminas em especial o zinco e vitamina C afetam a eficácia da resposta imunológica no idoso (HERMINDA; SILVA; ZIEGLER, 2010; MALAFAIA, 2008; CRUZ; SOARES, 2011).

O zinco atua desempenhando papel importante na maturação dos linfócitos B, sua deficiência causa prejuízo nessa maturação, além de diminuir o número de linfócitos T CD8+ que maturam no timo, órgão que, na deficiência do zinco se atrofia e é um dos responsáveis pela resposta imunológica (CRUZ; SOARES, 2011; EWERS; RIZZO; KALIL FILHO, 20018).

Com a imunossenescência o idoso sofre tais alterações nas células de defesa mediadas pelos linfócitos T e pela resposta humoral (linfócitos B), assim sendo, a suplementação com zinco e selênio associado ou não a outras vitaminas aumenta a proteção do sistema imunológico no idoso (HERMIN-DA; SILVA; ZIEGLER, 2010; NOVAES et al, 2005).

Principalmente nestes tempos, onde enfrentamos uma Pandemia de alcance, principalmente, aos mais fragilizados como os idosos. Este artigo vem mostrar como o sistema imunológico desempenha papel importante na manutenção da saúde.

É importante estar com a saúde em dia, ter prática de atividades físicas, procurar fazer boas escolhas na alimentação como verduras, legumes e frutas, realizar exames periódicos, ter acompanhamento médico, nutricional e esclarecer dúvidas com um

profissional de enfermagem são ações que podem auxiliar a pessoa idosa a ter boa saúde e fortalecer o sistema imunológico, tendo assim, maior qualidade de vida.

“Idoso não é sinônimo de incapacidade, idoso é sinônimo de sabedoria “

Este texto é um recorte de uma dissertação de Mestrado.

Por Damiana Rodrigues