Depois de exercer o cargo de prefeito de São Sebastião do Paraíso, por dois anos e pouco, o médico José de Oliveira Brandão pediu demissão, em março de 1939. Estava em curso a longa Era Vargas que terminaria apenas com o fim da Segunda Guerra Mundial, em meados de 1945. O interventor federal no Estado Minas, Benedito Valadares, nomeou o fazendeiro João Pio de Figueiredo Westin (Zizito), que ocuparia o cargo por quase sete anos seguidos e depois retornaria por mais onze meses.
Nesse contexto, a revista carioca Nação Brasileira publicou uma reportagem, em agosto de 1942, destacando o progresso do principal polo cafeeiro do Sudoeste Mineiro: "São Sebastião do Paraíso, de que já temos falado, mostrando aos nossos leitores a sua vida e o seu desenvolvimento em períodos diferentes, é, de fato, um município próspero que honra da ação benéfica do governo de Minas". Perfilada à linha política do Presidente Vargas, o redator não poupou elogios ao prefeito, destacando a simpatia que povo lhe conferia, em agradecimento às obras que estava realizando na cidade.
A reportagem apresentou dados referentes ao ano de 1941 e aos quatro anos anteriores, destacando o período do Estado Novo. Valores detalhados foram publicados na arrecadação das coletorias estadual e federal e no funcionamento dos Correios e Telégrafos. Entre 1937 e 1940, a arrecadação municipal nunca foi inferior a 500 contos, verificando uma queda em 1939, devido ao período incerto do início da Guerra.
O município contava com mais de cinco milhões de pés de café, com produção anual média de 50 mil sacas. Além do café, foi publicada a seguinte produção: arroz (240 mil sacos), açúcar (8.250 sacos), rapadura (130 mil unidades), milho (130 mil sacos) e feijão (16 mil sacos). No setor da pecuária, o município contava com 45 mil cabeças de gado bovino, produção anual de quatro mil bezerros e 10 mil cabeças de suínos. Havia 37 estabelecimentos industriais, incluindo fábrica de calçados, móveis, carrocerias, laticínios, curtumes, entre outras. Havia 26 máquinas de beneficiar café, 33 engenhos de açúcar e rapadura e 152 estabelecimentos comerciais.
O município contava com uma população de 29 mil habitantes, sendo que dez mil moravam na cidade que contava com 2802 casas, destacando algumas construídas em "estilo moderno". As propriedades rurais cadastradas na prefeitura eram 1361, de onde procedia a principal fonte econômica do município. A situação financeira parecia estar estabilizada, sendo a receita de 1940 da ordem de 657 contos e para 1942, estava prevista uma pequena queda, devido às consequências da guerra. Estava funcionando um Posto de Saúde Municipal, sob a direção do médico Augusto Batista de Figueiredo.
Faltava ainda melhorar o serviço de abastecimento de água, esgoto e expansão das estradas de rodagem da zona rural. O prefeito estava amortizando uma dívida pública, gastando para isso 155 contos de reis por ano. Para finalizar, ficou registrado: "São Sebastião do Paraíso é um município que avança e que, sob a administração do comendador João Pio de Figueiredo Westin, marchará sempre na vanguarda dos mais prósperos do grande Estado que tem à sua frente a figura moça e cheia de idealismo do governador Benedito Valadares". Passou o tempo, ficou a história!