1982 foi um ano esquisito para a F1, tanto que o campeão, Keke Rosberg, venceu apenas uma corrida, e o vice foi Didier Pironi mesmo ficando de fora das últimas cinco corridas por conta de um violento acidente que sofreu no treino para o GP da Alemanha.
O GP de Mônaco daquele ano entrou para a história como a corrida que ninguém sabia quem tinha sido o vencedor.
Duas semanas antes, a F1 havia perdido Gilles Villeneuve num trágico acidente nos treinos para o GP da Bélgica. Era o desfecho de uma rivalidade com o companheiro de equipe, Didier Pironi, na etapa anterior, em San Marino. Sem tempo para escolher o substituto do lendário piloto, a Ferrari foi a Mônaco apenas com Pironi.
A Brabham adotou estratégia diferente para seus pilotos: Motor BMW turbo no carro de Nelson Piquet, e Ford-Cosworth no de Riccardo Patrese. Naquele tempo podia!
A pole position ficou com a Renault de René Arnoux, com Patrese largando em 2º, seguido por Bruno Giacomelli, Alain Prost, Pironi, os cinco primeiros. Piquet largou em 13º, mostrando-se insatisfeito em correr com o motor turbo.
O tempo estava bom na hora da largada, mas havia possibilidade de chuva no final da prova. Arnoux largou bem, mantendo a ponta, enquanto Giacomelli superou Patrese. Logo atrás vinham Prost, Pironi e Andrea de Cesaris. Piquet caiu para 18º.
Prost também superou Patrese, e na 4ª volta deixou Giacomelli para trás, ficando os dois carros da Renault em 1º e 2º. Mas a liderança de Arnoux duraria até a 15ª volta quando o francês bateu e abandonou. Prost assumiu a ponta.
A corrida era interessante, na 36ª volta apenas 5 segundos separavam Prost do 5º colocado, Rosberg. Na 40ª volta o 8º colocado já havia tomado uma volta do líder.
Mas o céu começou a fechar por volta da 58ª volta de um total de 76, e na 64ª uma leve garoa dava a senha do que estava por vir. Na 71ª a chuva apertou, e Prost passou gesticulando para o diretor de prova pedindo o fim da corrida.
A chuva apertou ainda mais e na 74ª Prost bateu no guard-rail e abandonou. Patrese assumiu a liderança, mas na volta seguinte perdeu o controle da Brabham, rodou na curva Loews e conseguiu evitar o guard-rail. Pironi assumiu a ponta com De Cesaris em 2º, enquanto os fiscais de pista empurravam o carro de Patrese que fez o motor pegar no tranco e retornou em 3º.
Pironi abriu a 76ª e última volta na liderança, mas quando entrou no túnel, a Ferrari apre-sentou pane elétrica, obrigando-o abandonar a prova.
Andrea de Cesaris passou a ser o novo líder com a Alfa-Romeo, mas por poucos metros, ficando sem combustível. Então, Derek Daly assumiu a ponta, mas há duas curvas da bandeirada foi obrigado a encostar a Williams com o câmbio quebrado.
Enquanto isso, na mureta dos boxes, Mauro Forghieri, diretor-técnico da Ferrari, aguardava a passagem de Pironi para comemorar a vitória, mas quem cruza a linha de chegada em primeiro é Riccardo Patrese, que conquistava sua primeira vitória na F1, com Nigel Mansell em 2º, Elio de Angelis em 3º, Brian Henton em 4º e Marc Surer em 5º, os únicos que receberam a bandeirada na confusa corrida em que Patrese demorou ficar sabendo que tinha vencido.
Não acabou. No meio da confusão, alguns pensavam que o vencedor era Nigel Mansell, mas o inglês estava uma volta atrás, assim como De Angelis e Daly. Só depois que saiu o resultado oficial: Patrese, Pironi e De Cesaris, os três primeiros, por terem colocado uma volta em Mansell que ficou em 4º. Um final de corrida que mais pareceu script de filme de Hollywood.
Um dia das mães diferente, em que por proteção não é recomendado beijá-las fisicamente; então daqui vai um beijo no coração da minha querida mamãe!