A Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião do Paraíso confirmou nesta quinta-feira (2/7) que subiu para 53 os casos positivos de coronavírus na cidade. A informação consta no boletim epidemiológico que aponta também o aumento de 24 casos, de pessoas que estão sendo monitoradas no município. Ainda nesta semana o secretário de Saúde, Wandilson Aparecido Bícego enfatizou preocupação com a elevação dos casos entre os paraisenses, fazendo a projeção de que o número de infectados poderá dobrar até o final do mês.
De acordo com o boletim, ao mesmo tempo em que de quarta-feira para quinta-feira aumentou em um caso o número de pessoas que testaram positivo para o COVID-19, passando de 52 para 53, da mesma forma cresceu a conta das situações descartadas. Este indicador que era de 79 subiu para 80 pessoas. Também nesta mesma proporção a quantidade de recuperados descartados, a partir de exames laboratoriais, passou de 73 para 74 casos.
Número crescente que chama a atenção nas informações divulgadas é o crescimento do número de monitorados. São pessoas que foram encaminhadas para avaliação médica particular ou nas unidades de saúde e até mesmo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e que apresentam sintomas da doença. No intervalo de um dia a quantidade de pessoas nesta condição aumentou passando de 144 para 168, com variação de 24. A recomendação é de que estes pacientes permaneçam em isolamento domiciliar quando apresentam sintomas leves e em situações graves podem ser até hospitalizados.
O secretário municipal de Saúde tem feito alertas nas últimas semanas, preocupado em relação ao grande número de pessoas que têm desrespeitado as recomendações para o isolamento e distanciamento social. Ele ressalta que tem havido muitas informações referentes a aglomerações em alguns estabelecimentos comerciais e realização de festas de fim de semana em ranchos e condomínios. “Há pessoas que não acreditam que o vírus existe, muitas estão abusando achando que não vai pegar. Infelizmente temos estudos e projeções de que se continuar neste ritmo Paraíso pode dobrar o número de pessoas infectadas”, alerta.
Wandilson alerta a população para que esteja atenta. “Não adianta apenas ter fiscalização. Cada um precisa fazer a sua parte. O risco é chegarmos a um ponto em que não haverá leito e nem equipamentos suficientes para todos os necessitados, isso poderá se tornar um caos. Pode representar risco de vida para muita gente”, observa. Ele detalhou ainda que a faixa etária em que tem havido mais pessoas acometidas da doença no município é dos 20 aos 49 anos. “São pessoas que têm condições e precisam trabalhar”, completa.
Outro dado relevante, mas que confirma a oscilação do atual quadro da doença no município refere-se ao quadro de internações hospitalares. Na quarta-feira (1/7), a taxa de ocupação da Enfermaria era de 29,79% para COVID-19 e na quinta-feira (2/7), estava em 25,53%, ou seja, respectivamente com 14 e 12 ocupantes. Na Unidade de Tratamento Intensivo os números eram os mesmos, sendo cinco pessoas internadas, equivalente a 25%.
Conforme os boletins divulgados pelas prefeituras da região na quarta-feira, 1º de julho, São Sebastião do Paraíso era a terceira cidade da região com maior número de notificações positivas para o COVID-19, sendo totalizados 52 casos. Em primeiro lugar, apesar de menor em quantidade de habitantes está Guaxupé, que totalizou 105 casos de coronavírus, mais que o dobro que Paraíso. A segunda colocação ficou para Passos, que no primeiro dia deste mês já somava 67 casos, desde o início da pandemia.
Pela manhã no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde apontava que Minas Gerais tem nesta quinta-feira (2/7) 50.707 casos confirmados, além de 19.179 notificações em acompanhamento, 30.469 recuperados, além de 1.059 óbitos confirmados. Somente nas últimas 24 horas, com atualização as 11 horas foram registrados em Minas 3.123 casos e 52 mortes.
Com a aproximação do pico da pandemia do coronavírus em Minas Gerais, previsto para o dia 15 de julho, o Comitê Extraordinário Covid-19 manteve a suspensão da onda amarela do plano Minas Consciente, criado pelo Governo do Estado para promover a retomada econômica gradual e coordenada nas cidades mineiras. Papelarias, salões de beleza, lojas de roupas, entre outros estabelecimentos, deverão permanecer fechados temporariamente para assegurar a saúde da população. O município paraisense não aderiu ao plano estadual.
Mudança de metodologia
Além do crescimento da doença, a mudança da metodologia que avalia os números de casos e a contagem de leitos no estado motivou a decisão do grupo técnico de manter todas as macrorregiões de Saúde nas ondas definidas na semana passada, sem avanços ou retrocessos. O objetivo é avaliar os números sem a interferência provocada por uma alteração. Com a adoção do novo sistema de coleta de dados para o boletim epidemiológico adotado desde 26 de junho, houve a facilitação na comunicação entre municípios e Estado, conferindo mais agilidade e transparência às informações apresentadas.