Dúvida cruel: está errado. Não, está certo. Dois e dois são cinco, mesmo. Mas só vale para hoje. Amanhã, sei não! Quando tudo sopra para outro lado, até a Matemática é questionada e, às vezes, falha.
Esperamos uma coisa, sai outra. E aí a soma vai dando errado. Mas os errados somos nós, uma vez que a ciência dos números é exata. Entretanto, certo ou errado, como dois e dois são cinco, sinto estranheza quando ouço o cantor e compositor Caetano Veloso cantar "Tudo em volta está deserto, tudo certo. Tudo certo como dois e dois são cinco".
Mas como isto? Melhor deixar no ar e pensar que tudo é igual ou desigual ao mesmo tempo. Pode isto? A metáfora se apresenta muito bem hoje, quando duvidamos de tudo um pouco, ou quase de tudo, porque não somos donos de nada.
De tudo que ouvimos. De tudo a que assistimos e vivemos por aí afora e, em particular, do momento político, social e da descaracterização da saúde com uma doença só, esquecendo as outras enfermidades em tratamento neste país de "dois e dois são cinco".
É estranho. É uma transgressão da verdade que pertence ao domínio da imaginação. Não cremos, mas dois e dois deveriam ser quatro, será? É oportuno. Estamos numa época tal que podemos afirmar que acontece subtração para muitos e soma para poucos privilegiados...
E por estas e outras, dois e dois são cinco, ou cinquenta, podem acreditar! Antigas palavras, mentiras, não se afobem, não. Esperemos novos dias e a ciência nos libertará. Nada é para já, tá?
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC Jacuí/MG fmjor31@gmail.com