A atuação discreta de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis foi o último compromisso oficial do espanhol numa competição antes do regresso à Fórmula 1 pela Renault no ano que vem.
O espanhol tentou sem sucesso pela terceira vez conquistar a Tríplice Coroa do Automobilismo, façanha que até hoje apenas o britânico Graham Hill, bicampeão Mundial de F1 em 1962 e 68 conseguiu ao vencer o GP de Mônaco 5 vezes (1963/64/65/68/69), as 24 Horas de Le Mans de 1963 e 72, e as 500 Milhas de Indianápolis de 1966. As três provas clássicas formam a tríplice coroa que Alonso colocou como meta quando ainda estava ligado à McLaren e recebeu carta branca da equipe para tentar a sorte no oval de Indianápolis em 2017. E ele até que foi bem no primeiro ano, classificou entre os cinco primeiros, liderou a prova, e abandonou com problemas mecânicos.
Aquela atuação fez com que muita gente pensasse - e acredito que o próprio Alonso possa ter sentido a falsa sensação de que não era tão complicado atravessar o Atlântico, vencer a corrida mais famosa do planeta, fazer história e ir voltar para a Europa com os louros da vitória e a conta bancária mais gorda.
Alonso já venceu em Mônaco e Le Mans, mas reza a lenda que Indianápolis escolhe os seus vencedores, e ano passado num esquema menos competitivo o espanhol amargou o fracasso ao não se classificar para a prova, sendo eliminado no “Bump Day”, uma espécie de repescagem para quem não está garantido no grid. O algoz de Alonso foi um novato, Kyle Kaiser, da pequena Juncos Racing, sem nenhum patrocínio estampado no carro ‘remendado’ devido um acidente no dia anterior. A proeza do jovem Kaiser daria um belo script para Hollywood, enquanto Alonso ficou chupando o dedo.
O esquema montado para o espanhol na corrida do domingo passado era bem melhor que o de 2019 e ainda que Alonso não estivesse cotado entre os favoritos, o fato de estar no grid de uma prova longa de 800km, onde tudo pode acontecer, já o colocava no centro das atenções. Mas novamente Alonso ficou devendo, largou de 26º e andou sempre nas últimas posições, com a exceção de poucas voltas em 15º. Não passou disso e terminou em 21º, resultado que certamente fará o espanhol refletir que vencer a Indy 500 é muito mais difícil do que ele imaginava, e o sonho de conquistar a desejada Tríplice Coroa terá que ser adiado pelos próximos dois anos em que ele terá compromissos com a Renault na F1.
Terceira trinca
A F1 abre a terceira trinca de GPs seguidos, começando por Spa-Francorchamps neste final de semana, e na sequência Monza, na Itália, e Mugello, também em território italiano. Com 88 vitórias na carreira, Lewis Hamilton tem boas chances de fechar a trinca com o mesmo número de vitórias conquistadas por Michael Schumacher (91) caso vença as três provas.
Nesta semana a F1 anunciou a volta do GP da Turquia e confirmou duas provas no Bahrein, com o encerramento da temporada em Abu Dhabi, dia 13 de dezembro. O calendário foi finalmente finalizado com 17 GPs, que ficou de bom tamanho em tempos de pandemia.
Este será o 65º GP da Bélgica que nos dois últimos anos foi vencido pela Ferrari: 2018 com Vettel e 2019 com Leclerc, mas a equipe italiana atravessa uma fase bem distinta de quando tinha carro para lutar por vitórias.