SANTA CASA

Projeto Naninhas a cura que chega por amor e doações de voluntárias

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Saúde | 05-10-2020 09:27 | 1707
Enfermeira Gisele dos Reis Silva com criança paciente na pediatria
Enfermeira Gisele dos Reis Silva com criança paciente na pediatria Foto: Reprodução

Com o objetivo de acolher com amor e carinho, o projeto "Naninhas" desenvolvido na Santa Casa de Misericórdia, de São Sebastião do Paraíso, vem transformando a maneira de ofertar o acolhimento às crianças que são atendidas no hospital. Normalmente muitas chegam assustadas pelo desconhecido, mas, estão saindo do local mais felizes e com um mimo recebido, mais dóceis e menos resistentes aos tratamentos. A ação é fruto do trabalho de uma equipe de voluntárias que se propuseram em tornar real este outro lado. em que o gesto de doação de uma simples boneca de pano é capaz de fazer um bem imensurável.

Tássia da Silva Dias é a coordenadora responsável pela Pediatria da Santa Casa e quem conta os detalhes deste projeto que foi abraçado com muito carinho por toda equipe de profissionais do setor, e idealizado por um grupo de voluntárias. Ela conta que a iniciativa teve início entre abril e maio de 2017 e continua sendo desenvolvido com muito amor e intensidade. "Mensalmente atendemos cerca de 50 a 60 crianças que passam pelo hospital para um tratamento mais intenso ou mesmo por um atendimento mais simples em que precisam ficar internadas", observa.

De acordo com a coordenadora, o projeto foi inspirado em ações semelhantes existentes em outros hospitais espalhados por todo o Brasil, chamado de "Naninhas do Bem". "Aqui na nossa Santa Casa este trabalho foi incorporado por um grupo de voluntárias que fabricam as naninhas, são as bonecas de pano. Elas fabricam por meios próprios e doam aqui para o hospital", relata. Todo o material como o tecido, as linhas e máquinas de costura são utilizados sem custos para a instituição e são doadas gratuitamente para as crianças.

Conforme Tássia, a proposta é oferecer uma forma de acolhimento e conforto. "Todas as crianças que ficam internadas aqui com a gente, seja no tratamento, um pós-cirúrgico, ou mesmo outras situações,recebem as naninhas", comenta. Segundo a coordenadora da Pediatria existem estudos que comprovam que de posse das naninhas, as crianças, se apegam à boneca e se sentem mais seguras, favorecendo o atendimento e o restabelecimento frente a enfermidade a que estão passando.  "Quando entregamos a naninha para a criança, a receptividade para com a equipe se torna bem maior, elas conseguem sentir mais confiantes, como se a gente tivesse dado a elas um porto seguro", comenta. "O projeto é exclusivamente para isso, para trazer conforto e segurança para as crianças", completa.

Em média o Setor de Pediatria registra entre 50 a 60 internações/mês. "Então, todas elas que passam por aqui, seja para uma cirurgia, tratamento e até mesmo os recém-nascidos que precisam ficar aqui por algum motivo, recebem as naninhas", reforça. Há também algumas unidades que são destinadas aos idosos, quando eles fazem cirurgia cardíaca existe um projeto em que é oferecido uma Naninha a todos os pacientes pós-operatório cardíaco. "Eles abraçam a naninha, sentem mais firmeza e mais segurança, assim temos alcançado bons resultados com eles também", complementa. O princípio de mais segurança e conforto também é válido para os idosos.

Tássia enfatiza que a Santa Casa é aberta a todo tipo de ajuda. "Este trabalho é feito por uma equipe de voluntários que é responsável pela manutenção de todo o material necessário para a produção das naninhas. Mesmo assim estamos abertos para acolher ideias, colaborações que são bem-vindas para o desenvolvimento do projeto e de outras ações desenvolvidas pelo hospital", ressalta. Ela enfatiza que o projeto foi desenvolvido pelo grupo de voluntárias. "Nós colaboramos, entregando e fazemos ele funcionar aqui dentro. Fica aqui o nosso agradecimento a toda equipe que integra este projeto e que faz este sonho se tornar realidade. Somos sempre incentivadas por elas, que a cada dia nos trazem uma naninha mais bonita que a outra. É muito gratificante ver este sonho realizado e ver tantas crianças felizes", conclui.