POLEPOSITION

E agora, Red Bull?

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 05-10-2020 09:11 | 9949
Honda anunciou que vai deixar a F1 ao final de 2021
Honda anunciou que vai deixar a F1 ao final de 2021 Foto: Rafael Catalan

A notícia caiu ontem como uma bomba: A Honda vai deixar a F1 ao final do próximo ano. O pano de fundo para a retirada do esporte é a insatisfação dos japoneses com os atuais motores da F1 que permanecerão nesta configuração até pelo menos 2026. E a Honda tem outros planos de sustentabilidade que requer maior comprometimento e recursos financeiros para serem direcionados em suas novas tecnologias para carros de rua.

A Saída da Honda deixa a Red Bull e a co-irmã, Alpha Tauri, sem motores para 2022 quando a F1 vai estrear um novo regulamento que seria para o ano que vem, mas foi prorrogado por causa da pandemia. Mais que isso, a diretoria da equipe terá que costurar um acordo “emergencial” para ter motores. Digo isso porque quando rompeu com a Renault, ao final de 2018, ficou marcas que ainda não cicatrizaram. A Red Bull não poupou críticas pesadas publicamente contra a montadora francesa. Portanto, é uma porta que a Red Bull terá que calçar a cara e a coragem para bater novamente, o que acho difícil de acontecer, mas não impossível 

Antes de acertar com a Honda numa aposta corajosa porque os japoneses também estavam com a imagem bastante arranhada pelo fracasso com a McLaren, a Red Bull recebeu um sonoro “não” da Mercedes que não quis fornecer seus motores para uma equipe rival. E vale lembrar que a equipe austríaca foi a primeira a denunciar suposta irregularidade nos motores Ferrari no ano passado que resultou na ‘draga’ que hoje vive a Ferrari com o motor menos potente da F1. 

Uma das saídas talvez seja a Red Bull fabricar seu próprio motor, algo que a equipe chegou a cogitar antes de fechar o acordo com a Honda. A nova parceria vinha rendendo frutos, foram três vitórias no ano passado, uma nesta temporada, todas com Max Verstappen, e a Honda empurrou a Alpha Tauri a uma histórica vitória em Monza, com Pierre Gasly no mês passado.

Entre idas e vindas, será a quinta vez que a Honda vai deixar a F1. A fabricante japonesa teve duas passagens como equipe própria, de 1964 a 1968, e de 2006 a 2008, esta última acabou dando origem à Mercedes. Quando decidiu se retirar ao final de 2008, a Honda vendeu seu espólio para Ross Brawn pelo valor simbólico de US$ 1 (um dólar), que montou a BrawnGP e por ironia venceu o campeonato de 2009. No ano seguinte Brawn vendeu a equipe para a Mercedes e o resto é história de sucesso que continua sendo contada.

Como fornecedora de motores a Honda competiu de 83 a 92, obtendo grande sucesso nos tempos de McLaren e criando um forte elo com Ayrton Senna. Voltou entre 2000 e 2008, e retornou numa desvantagem técnica em 2015 com a McLaren. Os japoneses demoraram para começar a desenvolver esses complexos motores e o resultado foi uma saraivada de críticas de Fernando Alonso que chegou a gritar no rádio em pleno GP do Japão que o Honda era “motor de GP2(!)”, alusão aos motores da hoje F2.

Mas como era de se esperar. a Honda deu a volta por cima e voltou a mostrar sua força no esporte. Só não era esperado que fossem sair novamente tão cedo.

Rodada tripla
Para tirar o atraso do tempo parado por causa da pandemia, a Stock Car realiza uma espécie de rodada tripla neste final de semana, em Cascavel/PR com uma corrida hoje, e duas amanhã. A prova de hoje tem largada às 16h, e a rodada dupla de amanha começa às 11h, tudas ao vivo, no SporTV.