Em bonita região montanhosa do Sudoeste Mineiro, a 417 quilômetros da capital mineira - Belo Horizonte - está a bicentenária Jacuí, com 409,7 Km² de extensão, de grande história, que perfila entre as primeiras cidades mineiras, assim como Ouro Preto e Mariana. E nela, o majestoso edifício do Fórum Dr. Geraldo Ernesto Coelho, um dos melhores da região na era moderna, que, por sinal, seria um projeto, inicialmente para a cidade de Poços de Caldas. Mas que, graças à condescendência, amizade e simplicidade do jornalista, ex-funcionário do Senado Federal e ex-Deputado Federal, João Batista Castejon Branco, da vizinha Monte Santo de Minas, diante de dois íntimos amigos jacuienses, em Belo Horizonte, apresentou-lhes o projeto e os questionou: para onde vai? E os amigos: para Jacuí! E veio.
A cidade investiu no turismo, em especial no turismo rural, cujas portas se abriram com a alvissareira construção da BR-265, trecho que a liga a São Sebastião do Paraíso - 30 quilômetros Na época, possuía vários pontos interessantes na sua área urbana, como o monumento da Árvore da Forca; a Casa da Cultura, instalada no prédio de 1784; a capela réplica da lendária Matriz do século XIX, aquela demolida por mãos desa-visadas; e imponentes sedes de fazendas, com seus suntuosos e augustos casarões centenários. Jacuí estava decidida a ocupar seu espaço de comunidade presente e participativa, com seus grupos de apoio nas área cultural e de assistência social, as quais se estendiam à zona rural através de Conselhos de Desenvolvimento Sustentável.
Entretanto, nesse empuxe inicial, houve um esfriamento plural, descuidos das autoridades na manutenção de alguns projetos semiprontos, como o Campo Agrícola (Sítio Escola), ou na manutenção de outros, como o prédio da ex-cadeia pública, cuja parte de suas grades forjadas por escravos ainda está oculta com um muro sem sentido no primeiro piso, embargando a utilização de algo atrativo ao público visitador. Como um arquivo histórico?
Sugestão. O monumento da Árvore da Forca? O centenário sassafrás original resistiu até quando deu. Mas tombou literalmente! A natureza insistiu e o sassafrás brotou. Voltou e continua sem cuidados... Merecia, pela história, uma praça, com bancos e outros atrativos naturais ou culturais. A Jacuí de hoje não precisa de promessas. Vale apenas cuidar, e com carinho, do bem comum.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC Jacuí,/MG
fmjor31@gmail.com