Lewis Hamilton já é o campeão da temporada, conquistado por antecipação na Turquia com uma vitória inesperada numa das poucas vezes em que a Mercedes não era favorita - algo raro - e que fez do britânico o novo heptacampeão, igualando em número de títulos com Michael Schumacher.
Mas isso não quer dizer que as disputas acabaram. A F1 entra na reta final de uma temporada maluca por causa do coronavírus com 14 corridas disputadas em apenas 5 meses, e faltam ainda três GPs em finais de semana seguidos, começando neste com o GP do Bahrein que pelo calendário original teria sido a segunda corrida do ano.
Na próxima semana a F1 continuará no pequeno país do Golfo Pérsico, mas para uma prova inédita no anel externo do Circuito de Sakhir, onde os carros deverão completar voltas com tempos abaixo da casa de 1 minuto.
A prova deste final de semana acontece no traçado normal de 5.412 metros, e está em jogo a disputa pelo 3º lugar do Mundial de Construtores. A Mercedes também já é a campeã entre as equipes, e a Red Bull não pode mais ser alcançada por ninguém. Mas daí para trás são quatro equipes com chances reais de terminar no último lugar do pódio. E vale muitos milhões de dólares, ainda que em valores menores por causa da menor arrecadação devido aos efeitos da pandemia, mas não menos cobiçado por Racing Point, McLaren, Renault e Ferrari.
Apenas 24 pontos separam a Racing Point (3ª colocada) com 154 pontos, da 6ª colocada, Ferrari, com 130. E entre elas está a McLaren (4ª) com 149, e a Renault (5ª) com 136.
As quatro têm se alternado de posições, mas a Renault foi a que somou menos pontos (37) nos últimos quatro GPs, mesmo com dois pódios de Daniel Ricciardo. Curiosamente a Ferrari que penou em meados do campeonato com um carro extremamente lento em pistas velozes, é a que mais cresceu nas últimas quatro corridas somando 56 pontos, 27 deles conquistados no caótico GP da Turquia com o primeiro pódio, do ano, de Sebastian Vettel, e o 4º lugar de Charles Leclerc. A Ferrari tem histórico de andar bem no Circuito de Sakhir, mas a grande dúvida fica para a semana que vem no veloz traçado externo, se o modelo SF1000 vai continuar sendo ameaça, ou se voltará a viver o fantasma da falta de potência do motor?
Já a Racing Point, apelidada de “Mercedes-rosa” dada a semelhança com a Mercedes, somou 50 pontos nas últimas corridas, e poderia ter sido muito mais se a equipe não tivesse falhado na estratégia de Sergio Pérez, em Ímola, e com Lance Stroll que liderava na Turquia. Mesmo tendo perdido 15 pontos no começo do ano após denúncias - comprovadas em análises - de que os dutos de freios eram idênticos aos da Mercedes do ano passado, o que é proibido pelo regulamento, a Racing Point que se chamará Aston Martin no ano que vem, tem boas chances de conquistar o título de ‘melhor equipe do resto’ se manter o foco até o final da temporada, dia 13/12, em Abu Dhabi. Já a McLaren que teve um começo de campeonato forte, vem em queda, embora tenha somado mais pontos que a Renault (43), mas ainda longe do que Racing Point e Ferrari produziram a partir do GP de Eifel, na Alemanha.
É uma disputa ferrenha entre quatro equipes envolvendo oito pilotos que promete agitar este final de temporada da F1, sem contar que a disputa pelo vice-campeonato de pilotos está totalmente aberta entre Valtteri Bottas (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull) com 27 pontos separando os dois.
Pela primeira vez o GP do Bahrein está sendo disputado no outono do Oriente Médio com temperaturas abaixo dos 30ºC no horário da corrida, 17h10 locais (11h10 de Brasília). Nesta época do ano o sol se põe às 16h30 e a corrida já começará sob luzes artificiais.
Sebastian Vettel é quem mais venceu no Bahrein (4 vitórias), seguido por Lewis Hamilton que divide com Fernando Alonso a segunda posição do ranking com 3 vitórias. Entre as equipes, a Ferrari acumula 6 vitórias contra 4 da Mercedes e duas da Red Bull e da Renault.