HISTORIADOR

Passando a limpo

Por: Redação | Categoria: Cultura | 28-11-2020 09:42 | 623
Foto: Divulgação

Para os romanos do século I estar limpo significava ter ficado de molho em água, a diferentes temperaturas em casas de banho públicos, e ter tido o corpo esfregado e ao final com óleo – tudo feito diariamente e coletivamente sem sabão.

Para o aristocrata francês do século XVII significava trocar de camisa de linho todo dia e chapinhar as mãos com água, sem limpar o resto do corpo com água e sabão. Como disse São Bernardo, quando todos cheiram mal, ninguém percebe o mau odor.

Enfim, cada cultura tem sua própria definição de limpeza. Eles estavam habituados a seu odor diário, isto fazia parte do seu mundo.

Há 30 anos, aeroportos, quartos de hotel eram carregados de fumaça de cigarros. Muitos de nós nunca demos conta disso. Hoje quando nos deparamos num ambiente com alguém fumando, recuamos do local.

Quando criança eu ouvia as pessoas velhas dizerem que tomavam banho, apenas aos sábados – e vangloriava que nesse dia seu banho era muito bem tomado! Como diz: - Mostre o banheiro de um povo e lhes direi, o que ignora e quem são.

Quando morava na área rural, era comum fazer sabão de cinzas com gordura animal – usado para lavar roupas, mas impróprio para o corpo. A convicção é que limpeza é uma demonstração importante de civilidade, e o banho divide as classes sociais, mais do que o nascimento, a riqueza, ou a educação.

As fotos são do meu acervo: 1 – A) Jarro de água e bacia para lavar as mãos. B) Saboneteira e porta pentes. C) Vaso para depósito de água usada. 2 – Chuveiro Elétrico: Com câmbio para regular temperatura (1950). 3 – Bidê (Século XIX): No tempo em que as casas não havia água encanada. Era conhecido na França como “pequeno indiscreto”. 4 – Escarradeira: Essa peça pertenceu ao Comendador José Honório – foi doado pelo seu neto Paulo Guedes.
Sebastião Pimenta Filho Cronista – Historiador