A excelente atuação de George Russell no GP de Sakhir, na primeira oportunidade que teve num carro de ponta, substituindo Lewis Hamilton, na Mercedes, que testou positivo para Covid-19, causou rebuliço na F1. Fez algumas pessoas reverem seus conceitos, e deu cartas na manga para a própria Mercedes nas negociações de renovação do contrato de Hamilton, prestes a ser concretizado.
Russell dominou Valtteri Bottas desde a largada e colocou enorme pressão nos ombros do finlandês que disse antes dos treinos que ‘pegaria mal se fosse batido por um piloto menos experiente e que isso não passava pela sua cabeça’. Russell só não venceu a prova por uma trapalhada no pit stop da Mercedes e por um furo de pneu.
O jovem britânico de 22 anos é uma jóia que vem sendo lapidadas na F1 e que mesmo se arrastando no fim do grid com a Williams, todo mundo sabe tratar-se de um piloto de enorme talento, tal qual o próprio Hamilton demonstrou quando desembarcou na categoria em 2007, na McLaren, que na época era time de ponta. Não é o caso da Williams, mas Russell já deu todas as demonstrações de carregar o carro nas costas e o que lhe falta é um bom equipamento para mostrar o seu potencial.
E na primeira chance que teve, o sucessor natural de Hamilton não deixou dúvidas do que se esperava dele com um bom carro nas mãos, e agora mais do que nunca a Mercedes tem a certeza de que tem um sucessor à altura para quando Hamilton decidir pendurar o capacete. Dificilmente Russell não estará na equipe em 2022 dividindo os boxes com Hamilton, ou até mesmo assumindo o lugar do compatriota.
O que não é justo é desmerecer tudo o que Hamilton conquistou até aqui só por causa da atuação (impecável) de Russell com o seu carro. Não está correto afirmar que 90% dos pilotos do grid da F1 são capazes de ganhar corridas com o carro de Hamilton. Não é verdade. Ainda que a maioria dos pilotos que tivessem a oportunidade de andar com esta Mercedes conseguiria em algum momento ganhar corridas, o que diferencia um super piloto dos demais é a capacidade de leitura da corrida, a visão do que está acontecendo à sua volta e trabalhar como um engenheiro dentro do próprio carro. São esses detalhes que fazem de Lewis um piloto diferenciado, até porque, todos que estão na F1 são bons, os melhores do mundo, mas dentre eles existe os foras de série, e se não olharmos por este lado, nem Michael Schumacher poderá ser considerado um fora de série.
A F1 se despede amanhã, em Abu Dhabi, de uma temporada marcada pela pandemia e que mesmo com todos os desafios e contratempos enfrentados, entregou um campeonato que ficará marcado não só pelos recordes de Hamilton, mas pela quantidade de ótimas corridas num calendário reduzido de 21 para 17 GPs.
Decisão de tirar o fôlego
A Stock Car está em Interlagos para uma decisão inédita que reúne nada menos que 11 pilotos com chances de conquistar o título: Thiago Camilo (238 pontos), Daniel Serra (237), Ricardo Mauricio (231), Ricardo Zonta (226), Gabriel Casagrande (224), Rubens Barrichello (224) são os que têm mais chances, mas César Ramos (203), Allam Khodair (195), Guilherme Salas (190), Diego Nunes (185) e Nelsinho Piquet (180) têm chances matemáticas numa corrida que vale o dobro de pontos. E uma das novidades para o ano que vem já pode ser vista amanha: a transmissão da TV Band com os comentários de Reginaldo Leme. A largada está prevista para as 12h30, logo após o GP de Abu Dhabi de F1.