CRÔNICA HISTÓRICA

Operário Esporte Clube

Por: Luiz Carlos Pais | Categoria: Cultura | 03-02-2021 17:14 | 2617
Chiquito, Lerinho, Zé Ico, Valtinho, Neco, Chico Cecchini, João do Barroso, Kelé, Itaguaba, Zezo, Pelezinho, Laércio, Batata, Noel, Chico Padeiro (Massagista)
Chiquito, Lerinho, Zé Ico, Valtinho, Neco, Chico Cecchini, João do Barroso, Kelé, Itaguaba, Zezo, Pelezinho, Laércio, Batata, Noel, Chico Padeiro (Massagista) Foto: Reprodução

No dia 1 de maio de 1946, no clima esperançoso da redemocratização política do país, após a Era Vargas (1939-1945), um grupo de moradores da Mocoquinha fundou o Operário Esporte Clube, tradicional equipe de futebol de São Sebastião do Paraíso, Sudoeste Mineiro. A data de criação do clube foi escolhida para expressar um símbolo compartilhado pelos fundadores: o dia mundial consagrado ao trabalho. Durante os primeiros anos, aos finais de semana e feriados, animadas partidas eram realizadas num campo aberto, construído pelos próprios jogadores, aos fundos da Igreja Nossa Senhora da Abadia. Mesmo lugar onde outrora estacionavam tropeiros e viajantes que tinham por destino a cidade paulista de Mococa.

Em 1º de maio de 1953, ocorreu outro evento importante na história  do clube, que foi a inauguração do Estádio 1º de Maio. Construído em sistema de mutirão popular, no mesmo terreno usado pelos jogadores desde a fundação, cedido pela prefeitura. Houve uma campanha promovida pelos amigos da equipe para construir o Estádio, para a qual não deixaram de contribuir os principais políticos da época.

Grande parte dos torcedores do clube morava na Mocoquinha, mas havia muitos outros que moravam no bairro do Lava-pés, como era chamado naquela época, a região entre os fundos da Matriz e a Estação da Mogiana. Recorrendo à memória local, faziam parte do quadro de fundadores os seguintes cidadãos: Itagiba Mariano, José Sillos Júnior, Celso Neves, Odilon Guerra, Miguel de Souza Lima, José Felix, Carlos Vecci Gaspar, Antônio Alves Fonseca, João Domingos, Sebastião José, entre outros.

No final dos anos 1960, ainda num clima de hostilidade contra todas as iniciativas da classe operária, decorrente do golpe militar de 1964, tentaram mudar o nome do estádio, para homenagear o ilustre advogado paraisense Joaquim Ferreira Gonçalves. Mas essa tentativa de rebatizar o campo, jamais foi aceita pela velha guarda, que além de cultivar a paixão pelo esporte, também valorizava a expressão legítima das classes trabalhadoras em suas diferentes versões, divisões e escolhas.

Além dos craques que fizeram a história do clube é oportuno lembrar do João da Izoldina, do Chico Padeiro, massagistas; do João Domingos, roupeiro que morava numa casinha dentro do estádio, assim como do árbitro e porteiro Benedito Alves de Barros, que ganhava a vida como eletricista de alta tensão.

Durante a gestão do prefeito João Mambrini Filho, meados da década de 1980, o tradicional campo recebeu melhorias importantes, incluindo a iluminação elétrica, que revigoraram o amor da fiel torcida do clube. Nessa época, a diretoria era composta pelos seguintes membros: José Caetano de Aguiar, Ely Marques, Rubens Mariano, José Maria Oliveira, Amad-eu Ignes . São apenas anotações esparsas de uma história muita mais ampla, que jamais caberia nesta crônica de visão bem pontual e passageira. Todos estão na história dos esportes da cidade de ontem e de todos os tempos.