O sitiante Gilmar Pedro Luz, 60 anos, foi sepultado na manhã deste sábado (20/2), em Monte Santo de Minas. Ele morreu na madrugada de sexta-feira (19/2), alvejado por seis tiros em interceptação feita pela Polícia Militar. Familiares contestam a versão policial que Gilmar teria suposto envolvimento com o roubo ocorrido um pouco antes, em um sítio em Itamogi.
No início da madrugada de sexta um bando roubou de um sítio em Itamogi, tratores e um caminhão. A fuga foi pela MGC 491. Comunicada do fato a Polícia Militar montou operação de cerco/bloqueio nas proximidades de um motel em Monte Santo de Minas.
De acordo com informações, policiais deram ordem para que o condutor de um veículo que supostamente estaria dando cobertura aos assaltantes, parasse. Mas ele teria arrancado com o veículo e “atropelado” dois policiais. Ainda de acordo com a versão da PM isso motivou que os militares abrissem fogo.
O condutor do veículo era o sitiante Gilmar Pedro Luz, e a seu lado, no banco da frente estava seu neto, um menor, de 13 anos. Gilmar foi alvejado por seis disparos e morreu. Seu neto foi atingido por dois projéteis na perna. Passa bem, ma
foi detido pela PM.
O OUTRO LADO
Conforme disse o menor a familiares e ao advogado Sérgio Aparecido Gomes, contratado para defesa, por volta das 2 horas da madrugada, ele estava no sitio de seu avô que fica próximo à rodovia. Chegou um rapaz conhecido, que trabalhava para ele, lhe pedindo que o levasse a Monte Santo. Explicou que estava fugindo de policiais de Itamogi, porque estava em um bar e não era permitido aglomeração.
Ainda de acordo com a versão do menor, ele foi no banco da frente ao lado de seu avô, e o rapaz no banco traseiro. Próximo a um motel foi dado sinal para ele parar, “mas Gilmar teria pensado que fossem bandidos, porque não os policiais não estavam caracterizados como militares. Por isso ele tentou fugir e foi baleado”. Segundo o menor, o ladrão levou um tiro de raspão no braço.
O menor foi submetido à cirurgia na noite de sexta-feira e passa bem. “Meu cunhado era de idade, trabalhador, ficava só no sítio. Se fosse ladrão, ele não iria parar?”, questionou uma cunhada de Gilmar.
Em contato com o jornal um sobrinho de Gilmar acrescenta que “ele era cristão, homem simples demais, e o garoto que falam que é infrator, é uma criança tímida que chegou algemada ao hospital. Viu o avô morrer vomitando sangue”.
Gilmar que iria completar 60 anos no próximo dia 28 de março foi sepultado no cemitério de Monte Santo de Minas na manhã deste sábado (20/2).