No dia 15 de janeiro de 1910, foi inaugurado o segundo Matadouro Municipal de São Sebastião do Paraíso, polo cafeeiro do Sudoeste Mineiro. Um evento histórico do início de um período de florescimento da cidade, resultado das bases econômicas consolidadas pela cafeicultura de qualidade e de grande extensão.
Durante várias décadas, esse matadouro funcionou, na região onde estão os atuais bairros anexos aos fundos do Hospital da Santa Casa. Naquele momento, a construção foi aprovada pela 13ª Câmara Municipal, presidida por médico Placidino Brotero Franklin Brigagão, que exercia o cargo de agente executivo, correspondente ao atual prefeito municipal.
A obra foi administrada por Florêncio Grau, imigrante espanhol e construtor casado com Dona Manuela Casanovas Grau, que deram origem à conhecida família paraisense. Na mesma época, conforme a edição 68 do Almanaque Laemmert, do Rio de Janeiro, para o ano de 1911, também exerciam a profissão de construtores na cidade os seguintes cidadãos: Antônio Capoano, João Xiol y Moragas, João Espagner, Levindo Cassiano de Barros, João Baptista de Souza e João J. Dias Canoas, além de Florêncio Grau e Anselmo Grau.
Além de exercerem o ofício de construtores civis, os dois últimos eram mestres calceteiros, conheciam a arte de pavimentar ruas, praças e calçadas com pedras recortadas com técnicas trazidas por imigrantes europeus. Conhecimento esse que aplicavam para construir alicerces e paredes de pedras.
Cerca de duas décadas antes, quando a cidade estava sob a administração do coronel Antônio Pimenta de Pádua, presidente da 6ª Câmara Municipal e agente executivo, foi construído o primeiro matadouro municipal. Época de transição do regime monárquico para os primeiros anos da República.
Esse primeiro matadouro público, com instalações improvisas, funcionou numa velha casa, localizada abaixo da atual Praça Nossa Senhora Aparecida, que posteriormente foi cedida para sediar a centenária Linha de Tiro 502, que deu origem ao atual Tiro de Guerra.