Eu sou apenas mais um a lutar contra o improvável axioma “dias melhores para sempre”. Mesmo sendo um ‘bicho’ arredio a muitas coisas, aprendi que conviver é ótimo, mesmo com quem ‘não bate com seu santo’. Um relógio não marca a vida. Quando muito ele divide o tempo em horas, minutos, segundos, décimos.
Dá para lembrar Camões: “Mudam os tempos/ mudam-se as vontades/ muda-se o ser/ muda-se a confiança, porque tudo nesta vida é composto de mudança/ tornando sempre novas avaliações”.
Aqui para nós, tudo vale: que foi bom viver em outros tempos, o que fiz é nada diante do que poderia, sempre há o que fazer, mais... E como ser feliz nesses tempos sombrios? A felicidade em tempos difíceis, como o atual, exige que o homem não pense só individualmente, mas na coletividade. Buscar a vida, que perdemos vivendo, nos torna mais vivos do que nunca, visto que podemos selecionar os tempos bons e esquecer os ruins.
Nestes dias difíceis, que não serão para sempre, aprendemos essa coisa complicada de entender, ou seja, renascer é mais belo que viver, simplesmente. Ainda que demore um pouco mais, dias melhores virão. É por causa dos dias ruins que os bons chegam.
Melhor ficar com os compositores Tom Jobim, Vinícius de Moraes e André Salvet: “A felicidade é como a pluma. Que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve. Mas tem a vida breve. Precisa que haja vento sem parar”.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com