Era a década de noventa, e lembro que o colégio onde estudava oferecia ingressos gratuitos para a Golden Gala, um dos maiores e mais importantes eventos de atletismo que acontece no estádio olímpico de Roma.
Eu estava sentado na arquibancada do Tibre, não a melhor em alguns aspectos, por assim dizer, do lado oposto onde ficava a linha de chegada das corridas de corrida, mas para falar a verdade eu escolhi aquele lugar por outro motivo, certamente Michael Jhonson corri naquela noite, mas queria admirá-la, Fiona May.
Depois da competição vitoriosa, eu a vi aparecer na arquibancada, a poucos metros de onde eu estava sentado e, para falar a verdade, ele ficou ainda mais estupefato.
Ele tinha pernas muito longas, um corpo ágil e um sorriso encantador, uma pantera em um agasalho.
Fiona era, até a chegada de sua filha Larissa destinada a superá-la, a maior saltadora de sua geração, azarada em algumas ocasiões, mas com um histórico respeitável, teria merecido mais sem dúvida.
Nascida em Londres, filha de pais jamaicanos, tornou-se italiana por amor, casando-se com o leilão Giuseppe Iapichino. Foi com o azul que obteve os maiores sucessos:
Duas pratas olímpicas, duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze no campeonato mundial, uma de ouro no mundial indoor, uma prata e uma de bronze na europeia.
A corrida de que me lembro mais detalhadamente foi a do Campeonato do Mundo de Sevilha. A dupla corrida com Niurka Montalvo, espanhola por adoção, foi emocionante.
Os dois estavam frente a frente, Fiona, em segundo lugar, decola perfeitamente, arqueia as costas, empurra o abdômen e cai a seis metros e a noventa e um, ela é a primeira.
Mas a Montalvo não desiste, mais potente e maciça que a italiana, ela parte em uma surra batida e aterrissa dois centímetros acima do tamanho da italiana, conquistando a medalha de ouro.
Após o salto houve longos momentos em que o vídeo do saltador espanhol foi analisado.
Foram longos testes para saber se o pé havia tocado ou não na linha vermelha, a plasticina, que marca o limite para validar um salto.
No final, também por estarmos em terras ibéricas, decidiu-se validar o salto dando assim ao belo maio a segunda etapa do pódio. Deixando o papel de atleta, Fiona continua, e continua, colhendo sucesso no campo da TV.
Primeiro participou e ganhou o programa Dançando com as Estrelas, graças às suas capacidades de comunicação e como bailarina, depois começou a seguir a carreira de atriz, conseguindo também esta nova aventura que ainda continua, alternando com o seguimento da vida atlética de sua filha, Larissa, que como ela parece destinada a uma carreira longa e de sucesso.
Fiona May representa para a Itália a primeira atleta negra capaz de quebrar as diferenças e unir o povo italiano.
MANOLO DAIUTO