A recuperação de Lewis Hamilton no GP da Emilia Romagna, em Imola, depois de cometer um erro pouco comum em sua carreira, ao escapar da pista quando tentava se livrar de um retardatário, o fez lembrar do difícil começo quando ainda criança, no kart.
Hamilton voltou no tempo, quando corria com um kart velho, e por isso estava sempre largando de trás, e tinha que ultrapassar todo mundo na raça para ganhar as corridas. Foi assim que o garoto negro, de origem humilde, chamou a atenção do então chefão da McLaren, Ron Dennis, que o bancou até chegar a Fórmula 1. “Isso apenas me levou de volta às minhas raízes”, disse no domingo após completar a corrida em 2º lugar depois de ter que recomeçar a prova da 9ª posição numa pista difícil de ultrapassar.
É verdade que Hamilton contou com a famosa ‘sorte de campeão’. Logo após quase ficar atolado na brita e perder uma volta, houve o polêmico acidente entre George Russell e Valtteri Bottas que paralisou a prova com bandeira vermelha, e todos os pilotos que estavam uma volta atrás do líder foram autorizados a descontá-la antes da relargada. Daí em diante Hamilton justificou na pista, com uma atuação impecável, cada Libra que recebe da Mercedes. E foi a volta mais rápida: 1min16s702 na 60ª de 63 que lhe manteve na liderança do campeonato por um ponto (44 a 43) sobre Max Verstappen, o vencedor da segunda etapa do Mundial.
Não poderia ser melhor este começo de temporada da F1 com uma pole, uma vitória e um segundo lugar para cada um dos principais adversários na luta pelo título, e a liderança definida apenas pelo ponto extra da volta mais rápida.
Num campeonato que caminha para ser equilibrado até o fim entre Mercedes e Red Bull, qualquer ponto extra pode definir o campeão da temporada. A volta mais rápida de Hamilton foi obtida justamente na em que ele ultrapassou o impressionante Lando Norris, da McLaren, para assumir a 2ª posição. Por falar em Norris, foi merecido a escolha do público como o ‘piloto do dia’, votação que o site oficial da F1 abre em todas as corridas. Lando teve que começar a corrida da sétima posição depois de ter sua melhor volta da classificação deletada por exceder os limites da pista, e avançou como um veterano, sem cometer nenhum erro numa pista difícil e com níveis de aderência traiçoeiros por causa da chuva antes da largada. Sua atuação possivelmente deixou o novo companheiro de McLaren, Daniel Ricciardo, com a pulga atrás da orelha.
E chama atenção neste começo de temporada as dificuldades que pilotos mais consagrados estão tendo diante de seus novos companheiros de equipe. Ricciardo sobre Norris é um deles. Fernando Alonso, que ficou dois anos fora da F1, é outro caso sobre Esteban Ocon, na Alpine. E Sebastian Vettel nem se fala, sobre Lance Stroll, na Aston Martin. A carreira de Vettel lamentavelmente parece ter mergulhado numa espiral negativa, e o alemão ainda não conseguiu se reencontrar depois que saiu praticamente chutado da Ferrari, no ano passado.
A Stock Car está de volta
Foi preciso esperar um mês, por conta da pandemia, para o começo da Stock Car, neste final de semana, em Goiânia. O campeonato promete. O grid de amanhã terá 32 carros, 22 Cruze e 10 Corolla. Não é pouca coisa. Dois pontos extras para o pole position, novo formato das corridas, sem intervalo e com os carros permanecendo em movimento entre a primeira e a segunda prova, estão entre as principais novidades do regulamento esportivo. Na pista, a chegada de Felipe Massa, Tony Kanaan, e a nova equipe, MX Piquet Sports, engrossam o grid de altíssimo nível técnico da categoria. As luzes vermelhas se apagam para a largada amanhã, às 15h, ao vivo na TV Band, e no SporTV.