SAÚDE

Infecções urinárias em mulheres acima de 50 anos

Por: Redação | Categoria: Saúde | 28-04-2021 00:08 | 331
Foto: Reprodução

Com o envelhecimento, nosso corpo sofre alterações, e da mesma maneira que envelhecemos pelo lado de fora, também envelhecemos pelo lado de dentro. E vamos nos adaptando a essas novas situações.

E uma condição que é muito frequente em mulheres de maneira geral nas várias faixas etárias também é prevalente após os 50 anos, que é a infecção de urina.

Várias são as causas das infecções urinárias nesse período. E, portanto também diferentes as maneiras de tratamento.

Devido a queda na produção de hormônios, há também uma alteração na flora (bactérias do bem que moram na vagina e bexiga), dando espaço à  proliferação de bactérias que podem causar infecções e que podem levar tanto a infecções urinárias quanto ginecológicas.

 Além disso, notam-se alterações funcionais e anatômicas nos sistema urinário, como perda de controle eficaz da urina seja no esforço (espirro, tosse, salto) ou quando está muito apertada (bexiga muito cheia). E essas perdas não ocorrem apenas em mulheres que tiveram gestações ou partos naturais, pode acontecer em qualquer uma de nós. E por quê? Temos abaixo da bexiga uma espécie de suspensório composto por músculos que sustentam todo o sistema urinário e bexiga. Esse suspensório de músculos faz com que a bexiga se mantenha no seu devido lugar, seja cheia ou não de urina, e ainda promove o controle da eliminação da urina. Com o envelhecimento essas fibras musculares se tornam mais fracas, como um elástico gasto, frouxo. E por isso em situações que exigem mais desses “elásticos” podem ocorrer escapes. E esses escapes somados a esse elástico mais fraco também favorece as infecções de urina.

Tem-se ainda o mal funcionamento do intestino, como aliado das infecções urinárias.  Pessoas em que o intestino funciona a cada 3 ou 4 dias, ou até mais tempo, essas bactérias intestinais, por proximidade, devido as fezes ficarem paradas no intestino por muito tempo acabam se deslocando do intestino e bolo fecal para  a circulação e translocam, passam do intestino à bexiga.

E também a doença diverticular dos cólons, conhecida como diverticulite, e nada mais é que uma inflamação do intestino. E também por motivos semelhantes ao do intestino preguiçoso, pode levar à proliferação de bactérias intestinais e assim propiciar maior número de infecções de urina.

Além disso, o uso de lubrificantes vaginais a base de óleo e não de água podem também favorecer infecções, pela alteração da flora vaginal (bactérias do bem), fazendo uma ponte entre as bactérias não residentes (causadoras de infecção) e o canal da urina.

E por fim, mulheres que estão por algum motivo possam estar acamadas e que necessitam utilizar fralda, o uso da fralda favorece infecções pela proliferação de bactérias, pela umidade e ainda abafar região genital.

E como evitar tudo isso? Agindo em cada uma dessas causas.

Primeiro passo e melhor de todos sempre que se fala em saúde dos rins, beba água! O ideal é que se ingira de 30 a 50 ml de água por quilo de peso por dia.

Passos seguintes, verifique com seu médico de confiança qual a melhor opção, a mais segura e eficaz para você repor a redução dos hormônios. Se tópico (pomada ou gel para aplicar vaginal ou na uretra) ou sistêmico (em comprimidos), o primeiro age apenas no local aplicado e o segundo no corpo todo, mas é necessário avaliar riscos e benefícios pra ele, já que vai agir em todo o seu corpo.

Para as alterações funcionais e anatômicas podemos lançar mão de exercícios, assim como as demais musculaturas do nosso corpo, podemos exercitar a musculatura do suspensório muscular da urina. Exercícios orientados por um profissional fisioterapeuta, habilitado para tal instrução, permite que treine esse elástico e o torne novamente mais forte. Para controlar de maneira eficaz a eliminação e armazenamento da urina, sem perdas de urina.

Uma maneira de evitar o trânsito de bactérias do intestino para bexiga é regular o funcionamento dele, com alimentos ricos em fibras e também a água é muito importante para esse fim. Outra maneira de regrar o funcionamento intestinal é criar uma rotina para ir ao banheiro, pode ajudar a regularizar o funcionamento.

Caso seja necessário sempre utilizar lubrificante a base de água, pois não deixam resíduos e nem promovem a alteração das nossas “bactérias do bem”.

E em caso de pessoas acamadas que usem fralda, aumentar o número de trocas. Sempre que observar que a fralda esteja molhada realizar a troca, evitando assim a proliferação de bactérias e infecções.

Lembrem-se, visitem regularmente seu médico de confiança. Se cuidem a prevenção e cuidado com nós mesmo e sempre a melhor opção.

Dra Leticia de Oliveira
Nefrologista e Clínica Médica