Quando a Red Bull surgiu na pré-temporada como forte concorrente da Mercedes, muita gente gostou, bateu palmas, comemorou. As expectativas começaram a se confirmar no Bahrein quando Max Verstappen fez a pole position e mesmo com a vitória de Lewis Hamilton, por um erro do próprio Verstappen que ultrapassou os limites da pista e teve que devolver a primeira posição para o piloto da Mercedes, era nítido que o modelo RB16B, uma evolução do carro do ano passado da Red Bull, era melhor que o W12 da Mercedes.
Em Imola não foi diferente. Hamilton fez a pole, mas um determinado, como sempre, Verstappen, partiu com tudo na largada, assumiu a ponta e venceu a corrida. Hamilton cometeu erros e depois de cair para 9º fez brilhante corrida de recuperação para terminar em 2º.
Em Portugal a Red Bull não foi tão bem. Verstappen errou na classificação e terminou em 2º, mas a falta de aderência do asfalto e o vento forte que dificultou a dirigibilidade de todos os carros, deixou a impressão de ter mascarado o desempenho das duas equipes.
Mas na Espanha, 4ª etapa do Mundial, o tira-teima foi feito. Existe uma máxima do Circuito da Catalunha, um dos mais técnicos do calendário, que diz que o carro que vai bem nesta pista, será competitivo em qualquer outra. E a Mercedes mostrou ter mais carro que a Red Bull.
Não é por acaso que a Mercedes vem ganhando tudo desde 2014 quando foi introduzido a era híbrida dos atuais motores da F1. Na Espanha, por exemplo, a equipe venceu 7 das últimas oito corridas. A exceção foi em 2016 quando Hamilton e Nico Rosberg bateram na primeira volta e o então novato Verstappen, que fazia sua primeira corrida pela Red Bull, ganhou a prova. E desde 2014 que nenhum piloto de outra equipe faz a pole position no Circuito da Catalunha, e no final de semana passado Hamilton obteve a histórica marca de 100 poles da carreira.
Essa não foi a primeira vez que a Mercedes pareceu estar na mira dos adversários, e como num passe de mágica, consegue se recuperar e impor toda a sua força. E não é por acaso que a Red Bull está contratando a peso de ouro profissionais importantes do staff técnico das áreas de chassi, motor e aerodinâmica da Mercedes. Com a saída da Honda já anunciado para o final desta temporada, a Red Bull vai passar a produzir o seu próprio motor, e daí a estratégia de desfalcar a principal adversária. Só nas últimas semanas foram seis contratações.
Mas a Mercedes parece ter sempre uma reserva guardada. O principal desafio deste começo de temporada era reverter a desvantagem da perda de pressão aerodinâmica por conta do regulamento com as mudanças no assoalho dos carros, e o W12, assim como os carros da Aston Martin foram os que mais sentiram os efeitos das novas regras. A equipe de Sebastian Vettel e Lance Stroll continua sofrendo com esses efeitos, mas a Mercedes já deu a volta por cima.
Ainda é cedo para fazer qualquer previsão, tampouco dizer que já pode entregar a taça para a Mercedes e para Lewis Hamilton. Mas o GP da Espanha começou a colocar os pingos nos “is” da F1. A forma com que Hamilton venceu no Circuito da Catalunha é motivo de preocupação para as pretensões da Red Bull e de Max Verstappen.
Stock Car em Interlagos
O Autódromo de Interlagos que nesta semana completou 81 anos, recebe neste final de semana a 2ª etapa da Stock Car, corridas 3 e 4 da rodada dupla, com largada às 11h de amanha, ao vivo na TV Band e também no SporTV. A categoria atendeu ao apelo do público e as duas provas terão 30 minutos cada, sem intervalo entre uma largada e outra, com os carros na pista. Ricardo Mauricio, atual campeão e vencedor da última vez que a Stock esteve em Interlagos no ano passado, testou positivo para a Covid-19 e está sendo substituído pelo português Antonio Felix da Costa.