A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta terça-feira (18/5), a "Operação Contragolpe", visando ao combate de organização criminosa especializada em aplicar golpes em idosos.
Os suspeitos efetuavam contato telefônico com as vítimas, passando-se por funcionários de instituição bancária, sob alegação de que seus cartões de crédito teriam sido clonados.
Na sequência, integrantes da quadrilha se deslocavam até a residência das vítimas apresentando-se como policiais civis e recolhiam os cartões, com os quais realizavam diversas transações bancárias, incluindo saques, empréstimos e compras.
As investigações tiveram início há cerca de dois meses e identificaram que a organização criminosa agia em todo o país, incluindo os estados de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e diversos municípios mineiros, como Uberlândia, Uberaba, Varginha, Três Corações, Belo Horizonte e Pouso Alegre. Somente em Poços de Caldas, o prejuízo estimado das vítimas seria de aproximadamente R$ 400 mil.
A operação foi deflagrada nas cidades paulistas de Indaiatuba e Salto e contou com a participação de cerca de vinte e cinco policiais civis lotados na Delegacia Regional em Poços de Caldas e trinta policiais civis do Estado de São Paulo.
Durante as buscas, algumas delas realizadas em imóveis de luxo, foram arrecadados aparelhos celulares, notebooks, telefones utilizados nas centrais de onde partiam os telefonemas para as vítimas, cerca de R$ 36 mil, diversos cartões bancários, talões de cheque, máquinas de cartão, vários veículos de luxo, alguns avaliados em mais de R$ 190 mil, e diversas anotações relacionadas aos golpes aplicados, algumas delas contendo um roteiro que era lido para as vítimas durante as ligações.
No total, foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão. Outros três indivíduos já haviam sido detidos em datas anteriores, acusados de integrar a organização.
Outras duas pessoas foram autuadas em flagrante, acusadas de tráfico de drogas, após apreensão de um tablete de cerca de 1 kg de maconha, balanças de precisão, dinheiro e anotações relacionadas ao tráfico.
Segundo o delegado Thiago Henrique do Nascimento Moreira, responsável pelas investigações "as pessoas que foram vítimas de golpes similares devem procurar a Delegacia para registrar ocorrência. É importante ressaltar, também, que nem as instituições bancárias, nem a Polícia Civil, efetuam o recolhimento de cartões bancários em residências".
O delegado de Polícia, Luiz Fernando Dias de Oliveira, titular da Delegacia de Polícia do município de Indaiatuba, destaca que "a operação deflagrada nesta data demonstrou a possibilidade de integração entre as Polícias Judiciárias de diferentes estados da Federação e que o trabalho em conjunto apenas fortalece as ações de combate ao crime organizado"
A delegada regional em Poços de Caldas, Maria Cecília Gomes Flora, destaca que "a colaboração entre as instituições policiais, mineira e paulista se mostrou fundamental para o sucesso da operação, vez que este tipo de crime nitidamente extrapola as fronteiras do estado".
(Fonte: Correio do Sudoeste)