TERRA NOSTRA

O mais forte?

Por: Manolo D´Aiuto | Categoria: Cultura | 19-05-2021 00:32 | 3811
Foto: Reprodução

Continuamos  hoje sobre os maiores boxeadores italianos.

Hoje é a vez de Bruno Arcari, o boxeador italiano que há mais tempo é campeão mundial, conseguindo mantê-lo por 16954 dias.

Arcari nasceu em Atina, na província de Frosinone, mas desde muito cedo a família mudou-se para Génova, que se tornou a sua pátria adotiva.

Desde cedo Arcari revela uma classe cristalina e um futuro róseo no mundo da arte nobre, ainda que, na presença de tanta classe, tenha um calcanhar de Aquiles na sobrancelha que lhe custará as duas únicas derrotas entre os amadores, entre os quais o mais ardoroso dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964 onde, apresentando-se como favorito, teve que abandonar os sonhos já na primeira partida devido a uma lesão no arco que obrigou o árbitro a interromper o match.

O salto para o profissional deu-se em 1964, em Roma, na categoria superleve, onde foi, no entanto, sempre derrotado devido a uma lesão na sobrancelha (na sua carreira terá de se submeter a várias intervenções de reconstrução do arco).

Apesar disso, entre os amadores conquistam um bronze europeu e dois ouros, um nos jogos do Mediterrâneo e outro no mundial na categoria leve.

O salto para o profissional deu-se em 1964, em Roma, na categoria superleve, onde foi, no entanto, sempre derrotado devido a uma lesão na sobrancelha (na sua carreira terá de se submeter a várias intervenções de reconstrução do arco).

Depois de derrotar em 10 rodadas o fortíssimo Joe Brown considerado um dos melhores leves de todos os tempos. Após 10 vitórias consecutivas, em 10 de agosto de 1966, em Senigallia, Arcari desafiou Massimo Consolati pelo título superleve italiano, deixado vago por Sandro Lopopolo. Também desta vez, no quinto round, Arcari foi atingido por um gancho de direita do adversário que abriu uma ferida copiosa. Trocas contínuas aconteceram até o nono round, quando o árbitro, também neste caso, chamou o médico para verificar a consistência do ferimento sofrido pelo boxeador de Atina. O médico não tinha vontade de colocar em risco a segurança de Arcari, apesar de estar em clara vantagem. O árbitro então interrompeu a partida devido a lesão, dando a vitória do Kot na 10ª rodada para Massimo Consolati.

Esta será sua última derrota entre os profissionais.

A partir de então, ele seguirá um caminho claro.

Quatro meses depois, a revanche foi encenada em Gênova, diante de um público favorável ao desafiante. Arcari claramente liderou a partida, mas, na 8ª rodada, um novo ferimento na sobrancelha direita do adversário exigiu a intervenção do médico. Desta vez, porém, o árbitro decretou a desclassificação do campeão que sai por cabeçada irregular, atribuindo a Arcari o cinturão italiano dos superleves.

Em 7 de maio de 1968 conheceu em Viena, diante de quinze mil espectadores adversos, o ídolo local Johann Orsolics, pelo cinturão europeu do austríaco. Orsolics, alguns centímetros mais alto, partiu imediatamente para o ataque, enquanto Arcari, inicialmente, se limitou a dinheiro e a replicar com força. Após o quarto round o goleiro começou a desacelerar para recuperar o fôlego e Arcari foi aumentando progressivamente em um ritmo já acelerado. Desta vez foi Orsolics quem quebrou as sobrancelhas, no 7º round. Na 12ª rodada, o árbitro Smith não pôde deixar de verificar a gravidade da lesão do austríaco e interrompeu a partida, atribuindo a vitória e o título europeu ao italiano,

Em 31 de janeiro de 1970, ele finalmente teve a chance de lutar pelo título mundial WBC recém-estabelecido. O atual campeão era o filipino Pedro Adigue, que havia conquistado o título ao vencer o americano Adolph Pruitt na partida inaugural pela conquista do cinturão. Foi a sua primeira defesa e, para vir lutar no Palazzo dello Sport de Roma, pediu a não indiferente bolsa de 55.000 dólares [14]. O campeão japonês júnior dos médios Koichi Wajima, futuro campeão mundial da categoria, apareceu depois de nocautear Tóquio no primeiro round, em luta à beira do meio-médio.

Na terceira rodada, o filipino acertou o adversário com um terrível gancho de direita no queixo. Foi talvez o golpe mais devastador sofrido por Arcari em toda a sua carreira. Ele dobrou as pernas, mas conseguiu não ser contado. Na décima segunda rodada, a partida ainda parecia equilibrada. Nos últimos três rounds, Arcari atacou e manteve a iniciativa, com Adigue sempre sobre ele. Em seguida, no décimo quinto, o Campeão do Mundo cambaleou sob um gancho de esquerda preciso do italiano. Ambos os boxeadores acabaram muito cansados. Arcari venceu o campeonato mundial com uma vantagem de oito pontos sobre o cartão do árbitro e único juiz Teddy Waltham.

Depois de desistir do título europeu, Arcari defendeu o cinturão mundial nove vezes em quatro anos.

Duas delas contra o ídolo brasileiro João Henrique em duas lutas muito disputadas.

No final da carreira Arcari, com problemas de peso, saiu da coroa do superleve para passar para o meio-médio, mas já aos trinta e cinco anos ele não refez a mesma carreira, mas continuo mostrando que sou um grande boxeador terminando invicto.

Arcari era um boxeador que não queria perder, seu boxe de guarda direita era ordeiro e preciso, não dando muita escapatória aos adversários, não fosse pela fraqueza das sobrancelhas ele teria encerrado a carreira invicto.

Para muitos Arcari, mais do que bem-vindo e Loi foi o maior boxeador italiano também porque foi o único a se aposentar como campeão mundial invicto.
MANOLO DAIUTO