O GP da Mônaco está de volta ao calendário da F1 depois de ficar ausente no ano passado por causa da pandemia. Foi a primeira vez desde 1954 que a prova deixou de ser disputada. As outras ausências foram entre 1951 e 54, mas o GP de Mônaco existe desde a década de 20, muito antes do aparecimento da F1, em 1950, quando as corridas eram chamadas de Grand Prix.
Os mais atentos já devem ter notado nos treinos livres da quinta-feira (em Mônaco não há atividades de pista na sexta-feira, fato que o novato japonês, Yuki Tsunoda, só tomou conhecimento duas semanas antes), os que não viram vão poder observar hoje, na classificação, e na corrida de amanhã, que a McLaren está diferente, com novas cores.
Trata-se de uma das pinturas mais clássicas do automobilismo, que marcou época nos anos 60 com a própria McLaren, e mais ainda nas 24 Horas de Le Mans, com os Porsche 917 pintados com o laranja e azul, cores tradicionais dos lubrificantes Gulf Oil.
O regulamento da F1 é muito restrito a mudanças de cores dos carros com o campeonato em curso, mas a McLaren conseguiu autorização junto à Federação Internacional de Automobilismo, e à própria F1, para estampar a pintura retrô nos carros de Lando Norris e Daniel Ricciardo, atendendo aos pedidos dos fãs da equipe inglesa que aos poucos vai entrando nos eixos novamente depois de um longo período de vacas magras.
A McLaren é disparada a equipe que mais venceu o GP de Mônaco, 15 vezes, contra 9 da Ferrari. Cinco delas foram obtidas por Ayrton Senna.
As novidades da equipe inglesa não param por aí: na quarta-feira a McLaren anunciou a renovação do contrato de Lando Norris por múltiplos anos!
O GP de Mônaco será uma prova importante para as pretensões da Red Bull no campeonato. A vantagem do time austríaco nas duas primeiras corridas foi neutralizada pela Mercedes que conseguiu reverter o quadro e faz até aqui 3X1 em número de vitórias, e Lewis Hamilton lidera a tabela de classificação com 94 pontos, contra 80 de Max Verstappen.
Diferente do GP da Espanha, no Circuito da Catalunha, que pune os carros com alguma deficiência técnica, seja de chassi, aerodinâmica, ou de motor, os desafios das ruas de Monte Carlo estão muito mais ao alcance dos pilotos do que da necessidade de ter o melhor carro.
Quem não se lembra da emblemática vitória de Ayrton Senna, em 92, com uma McLaren desequilibrada, segurando no braço os ataques ferrenhos de Nigel Mansell com uma Williams muito superior? Senna venceu o GP de Mônaco em 6 oportunidades, que poderia ser 7 se em 84 o diretor de provas não tivesse encerrado a prova antes da metade por causa da chuva; que poderia ser 8 sem em 1988 ele não tivesse batido sozinho quando liderava com quase um minuto de vantagem para Alain Prost.
Max Verstappen nunca venceu em Mônaco, seu melhor resultado poderia ter sido o 2º lugar na última vez que a F1 correu nas ruas do Principado, mas o holandês que deu canseira em Hamilton, foi punido com 5 segundos por uma saída perigosa dos boxes e mesmo chegando em 2º, foi classificado em 4º, seu então melhor resultado, ao passo que Hamilton já venceu a prova três vezes e subiu outras 4 no pódio.
Mônaco é uma ótima oportunidade também para alguns pilotos que vêm tendo resultados abaixo do esperado neste começo de temporada, como Daniel Ricciardo, na McLaren, Fernando Alonso, na Alpine, Sebastian Vettel, na Aston Martin, e Sergio Pérez na Red Bull.