Esta crônica reverencia a presença do professor José Luiz Campos do Amaral Netto no cenário cultural de São Sebastião do Paraíso, Sudoeste Mineiro, no final dos anos 1930 e início da década seguinte. Nessa época, ele iniciou sua carreira no magistério como professor de História Natural do Ginásio Paraisense, participando a primeira geração de educadores que concluíram a formação no próprio estabelecimento. Era filho do dentista e professor Lamartine Campos do Amaral e neto do coronel José Luiz Campos do Amaral Júnior.
Além de exercer o magistério secundário, o professor Campos do Amaral Netto participou ativamente da vida literária paraisense, como brilhante cronista da imprensa local, com destaque para temas educacionais, históricos e culturais. Graças ao seu olhar especial para esses temas, foi possível resgatar parte da história da Escola de Farmácia e Odontologia de São Sebastião do Paraíso, que funcionou entre 1929 e 1938, conforme tratei no meu livro História da Educação em São Sebastião do Paraíso (1855 – 1957).
Parte de sua produção cultural foi publicada em O Liberal, tal como consta na edição de 1 de junho de 1941, quando esse semanário paraisense era dirigido pelo advogado Alfredo Serra Júnior e redigido pelo jornalista, professor e farmacêutico Raimundo Calafiori. Nesta edição, o professor Campos do Amaral Neto publicou uma belíssima crônica focalizando o dia em que o professor Francisco de Alencar Assis deixou a cidade de São Sebastião do Paraíso, para iniciar nova etapa de sua vida como diretor da Casa do Pequeno Jornaleiro de Belo Horizonte. Na capital mineira, o professor Alencar Assis também exerceu o magistério em outros colégios, como professor de Português.
Ainda no início da década de 1940, o professor Campos do Amaral Netto também deixou a cidade de São Sebastião do Paraíso, assim como toda a sua família, passando a exercer o magistério em cidades do atual estado do Rio de Janeiro, antigo estado da Guanabara. Na imprensa da época, o mestre paraisense publicou vários artigos sobre as políticas públicas de regulamentação do ensino industrial no Brasil, como é o caso de um detalhado trabalho publicado no jornal O Fluminense, de Niteroi, edição de 9 de abril de 1960.
Desse modo, ao percorrer esses diferentes momentos das trajetórias de ilustres educadores paraisenses é possível conhecer um pouco mais da história local, sem perder de vista os seus vínculos com o cenário mais amplo da História da Educação no Brasil, que sinaliza uma das direções para superar os grandes desafios sociais que ainda persistem em nosso país.