POLEPOSITION

As mais aguardadas do ano

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 30-05-2021 09:55 | 951
Largada do GP de Mônaco: único momento em que os carros estiveram agrupados
Largada do GP de Mônaco: único momento em que os carros estiveram agrupados Foto: FIA

O automobilismo não é feito só de boas corridas. Mesmo quando ela é chata, acaba deixando um rastro de fatos para serem contadas. O GP de Mônaco, do último domingo, foi uma delas. 

A prova ficou ausente do calendário do ano passado por conta da pandemia e criou-se muita expectativa sobre o seu retorno. Mas tudo não passou de uma procissão ‘com distanciamento’ entre um carro e outro.

Só para se ter uma ideia, na volta 62 de um total de 78, a TV mostrou a primeira disputa real por posição, que valia apenas o 9º lugar, entre Esteban Ocon e Antonio Giovinazzi. Três voltas depois, o foco foi a tentativa de aproximação de Sergio Pérez a Lando Norris (3º). E foi só. 

Pra não dizer que não teve ultrapassagem, na volta 6, Mick Schumacher ultrapassou o companheiro de equipe, Nikita Mazepin, pela 18ª posição.

É de Mônaco. Corridas enfadonhas fazem parte da famosa prova, uma das mais aguardadas do ano - a outra, falo mais abaixo. Na última vez que a F1 correu nas ruas do Principado, em 2019, foram apenas duas ultrapassagens.

Desta vez o que sobrou do GP de Mônaco foram fatos, como o pit stop do carro de Valtteri Bottas que só foi terminar dois dias depois, na fábrica da Mercedes, porque os encaixes da porca espanaram e a roda não saiu. A vitória de Max Verstappen, a primeira dele em Mônaco, lhe deu pela primeira vez na carreira a liderança do Mundial de Pilotos. E confesso que eu não tinha essa estatística, de que Verstappen é apenas o 64º piloto diferente a liderar um campeonato de F1 desde 1950. 

Sim, parece pouco. É pouco. Mas dá uma dimensão do quanto é difícil chegar ao topo da F1. E o tempo passa tão depressa que só agora me dei conta de que com apenas 23 anos, Verstappen já está em sua 8ª temporada na categoria. Vale lembrar que o holandês da Red Bull foi o mais precoce piloto a estrear na F1, aos 17 anos, em 2015.

Mas nada foi mais dramático do que ver Charles Leclerc não poder largar, em casa, depois de estar na pole position, por um problema no eixo de transmissão da Ferrari, consequência da batida que deu na classificação quando já tinha o melhor tempo. E é nessas horas que a gente vê a personalidade do piloto. Passado o momento de frustração, no final da corrida o monegasco já estava de carinha boa junto dos mecânicos da Ferrari, e foi o primeiro a cumprimentar o companheiro de equipe, Carlos Sainz, pelo 2º lugar.   

Mônaco 2021 é página virada. A outra, que citei acima, das provas mais aguardadas do ano, é as 500 Milhas de Indianápolis, em sua 105ª edição, uma das mais importantes corridas do planeta.

E, diferente da procissão de Mônaco, em Indianápolis é pé embaixo o tempo todo numa loteria que coloca no mesmo páreo os 33 carros do grid. Já houve quem largou em último e terminou em 2º. Tudo depende de estratégia, de estar no lugar certo, na hora certa, e também de uma dose de sorte.

Porque também já houve caso de o pole rodar na volta de apresentação, e o líder bater na última curva da última volta. Tudo faz parte do imprevisível quando se fala de 500 Milhas de Indianápolis.

A prova deste ano terá três brasileiros: Tony Kanaan que larga da 5ª posição, Helio Castroneves (8º) e Pietro Fittipaldi, neto de Emerson, 13º no grid com a melhor média horária de um estreante.

A corrida passa amanhã, na TV Cultura, ao vivo, às 13h.