Sistema em colapso: Santa Casa não tem mais leitos disponíveis para pacientes covid
Por: Nelson Duarte | Categoria: Saúde | 04-06-2021 10:00 | 627
Passa vigorar a partir desta sexta-feira (4/6) em São Sebastião do Paraíso novo horário de funcionamento para estabelecimentos comerciais no município. Atendimento presencial poderá ser até às 18 horas. Após, apenas no sistema delivery, sendo proibida a retirada no estabelecimento. De acordo com decreto municipal as medidas vão até a próxima sexta-feira, dia 11.
Após as 18h apenas poderão funcionar posto de combustível, farmácias e drogarias, unidades de pronto atendimento e hospitalares, fábricas que trabalham em turno de escala, empresas de segurança e de suporte ao fornecimento de água e energia, hotéis e similares. A restrição de circulação (toque de recolher) foi suspensa.
“O sistema entrou em colapso, a capacidade de atendimento da Santa Casa ultrapassou seus limites, pacientes já ocupam mais que os 20 leitos disponíveis na UTI e Enfermaria na ala Covid pelo SUS, há fila de espera, e paciente de Paraíso precisou ser removido para Franca (SP), sem contar os leitos destinados a planos de saúde, disse o prefeito Marcelo Morais. As medidas foram anunciadas na tarde de quarta-feira (2/6).
Na reunião realizada no Teatro Municipal participaram membros do Comitê Municipal Extraordinário, o provedor da Santa Casa, Fernando Montans Alvarenga, médicos daquele hospital, servidores da Secretaria Municipal de Saúde, vereadores, entre eles o presidente da Câmara Lisandro Monteiro, o presidente da ACISSP, Ailton Sillos, dentre outros representantes da comunidade paraisense.
“A situação estava estável, mas agora passamos do limite da nossa capacidade máxima, infelizmente não temos mais vagas e são múltiplos fatores para você ter um leito de UTI, não é simplesmente a maca”, ressaltou o diretor clínico da Santa Casa, médico Luciano Constantini.
“Até agora ninguém faleceu no hospital por falta de recursos, mas do jeito que a situação está, isto pode acontecer aqui também”, alertou.
“As pessoas precisam ter mais consciência e seguir os protocolos sanitários como uso de máscaras e álcool em gel, evitar festas e aglomerações. Sentiu algum sintoma, procure atendimento para que a situação não se torne mais grave”, sugeriu Constantini.
O provedor da Santa Casa, Fernando Alvarenga, informou que a cidade compõe uma macrorregião e todas as decisões relacionadas à saúde passam por este sistema, o que inviabiliza a abertura de novos leitos de UTI, pois, se o município tivesse mais vagas, elas estariam ocupadas porque o hospital tem que atender toda a região, seguindo à risca os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O diretor clínico da Santa Casa salientou que casos de Covid flutuam bastante, mudam de uma hora para outra. Todos os recursos que temos estão sendo utilizados, disse. Recomendou que ao sentir qualquer sintoma que sugira ter sido acometido pelo vírus, as pessoas procurem o sistema de saúde pública ou suplementar para orientação médica e tratamento. Constantino afirmou que pacientes têm chegado tardiamente à Santa Casa, e isso dificulta o tratamento.
O presidente da ACISSP, Ailton Sillos participou da reunião foi convocada em caráter de urgência pelo prefeito Marcelo Morais. “Ficou claro para todos que a situação está grave, a Santa Casa superou, numa evolução rápida, cem por cento de sua taxa de ocupação, como já está ocorrendo em vários municípios da região”, disse.
“A falta de conscientização de nossa comunidade em geral, agravou o problema. Ficou evidente que se não houver o uso de máscaras, higienização e sem aglomerações, a situação poderá ser tornar gravíssima”, afirma Sillos.
Até o próximo dia 11, período de vigência do decreto, fica proibido o funcionamento de clubes, associações em geral e locais onde é exercida a prática de esportes individuais ou coletivos. Também fica proibida a utilização de praças e outros espaços públicos e privados para a prática de atividades que possam gerar aglomeração de pessoas.