O fazendeiro José Pimenta de Pádua foi presidente da Câmara Municipal e agente executivo (prefeito) de São Sebastião do Paraíso, Sudoeste Mineiro, entre 1912 e início de 1916. Era filho do coronel Antônio Pimenta de Pádua, um dos principais líderes políticos locais, desde o final do século anterior.
O período administrativo destacado foi marcado pelos desafios e incertezas econômicas do início da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Durante es-se mandato, o titular do cargo se afastou por quase um ano, sendo substituído pelo vice-presidente, advogado José de Souza Soares.
Estava ocorrendo uma fase de progresso iniciada cerca de uma década antes, em decorrência da crescente produção e exportação de café, no interior de Minas Gerais e São Paulo. Razão pela qual, novas áreas agrícolas estavam sendo abertas no Norte do Paraná, atraindo diversos fazendeiros arrojados que resolveram investir na implantação de grandes fazendas cafeeiras naquela região. Diversos membros da Família Pimenta de Pádua participaram dessa ousada frente de expansão agrícola em terras paranaenses.
Mesmo com as restrições impostas pelo conflito bélico mundial, registrou-se uma fase de expansão das condições culturais e educacionais em Paraíso, incluindo a construção do primeiro Grupo Escolar da cidade, a criação do Curso Normal anexo ao Ginásio Paraísense. O poder público municipal teve condições de comprar esse estabelecimento de ensino, anteriormente particular, fundado pelo pároco Be-natti, que foi transferido para outra paróquia, em 1913.
Embora a criação do Grupo Escolar tenha sido deliberada pelo governo estadual, houve a contrapartida financeira do município para a construção do prédio onde hoje funciona a Escola Municipal Campos do Amaral. Razão pela qual, a municipalidade contraiu empréstimo de 300 contos de reis, pagável em longo prazo, para aplicar na construção do referido prédio. Na mesma época, houve ainda a aquisição de uma casa para funcionar uma escola municipal no então distrito de Pratápolis.
Outro avanço significativo no plano educacional foi a contratação, por iniciativa da Câmara Municipal, do professor Georges Aloysius Nixon para dirigir o Ginásio Paraisense, educador norte-americano de larga experiência que estava exercendo o magistério na vizinha cidade de Passos. O culto mestre aceitou uma excelente oferta para dirigir o Ginásio Paraisense, por contrato de arrendamento, que muito impulsionou a educação local entre 1914 e 1922, sendo substituído, no ano seguinte, pelo professor Tabajara Pedroso.
Ao término do mandato exercido por José Pimenta de Pádua, com a transferência para o sucessor, coronel José Francisco de Paula, em 1 de janeiro de 1916, houve um superavit de dois contos e 500 mil reis no cofre do município, fato noticiado no jornal O Paiz, do Rio de Janeiro. Passa-se o tempo, ficam a memória, a história e as obras, entre todas elas, aquelas que superam crises e proporcionam melhores condições de vida pelos caminhos da educação.