Quem nunca ouviu falar de Maria Engomada, personagem da principal lenda do folclore paraisense, agora vai poder conhecer sua história através da versão cantada. Um trabalho realizado em várias mãos e encabeçado pela Biblioteca Municipal Professor Alencar Assis e em parceria com o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Sebastião do Paraíso acaba de ser lançado e dá voz a esta memória originalmente paraisense. A iniciativa faz parte do programa Recode Bibliotecas.
O trabalho é baseado na obra do escritor e também colunista do Jornal do Sudoeste, Reynaldo Formaggio, autor do livro A Lenda da Maria Engomada. A versão musicada tem a interpretação da cantora e professora de música Vanessa Takahashi que descreveu a satisfação em participar do projeto. “Poder contribuir com música para a preservação da nossa cultura local, está sendo uma emoção sem explicação. Estou muito satisfeita, muito feliz e agradecida”, descreve.
O video com a versão musicada pode ser acessada na página da Biblioteca Municipal Professor Alencar Assis, através do endereço www.facebook.com/alencar. deassis.7 e também já circula em alguns grupos nas redes sociais.
A lenda de Maria Engomada, tem como personagem central, uma noiva, que foi abandonada no altar, vindo a falecer solteira. Depois de sua morte, dizem os antigos, que nas noites de sextas-feiras, quando o relógio da matriz dava as doze badaladas da meia-noite, ela — Maria Engomada — costumava aparecer sobre as palmeiras do velho cemitério, onde hoje é a praça Comendador João Alves (Fonte Luminosa).
Suas aparições eram assim: de repente, eis que surgia uma figura branca, de véu e grinalda, até meio corpo, sobre uma palmeira. Logo desaparecia para surgir, agora de corpo inteiro, sobre outra palmeira. Voltava a desaparecer para ressurgir, compridona sobre outra árvore e ficava assim como que assombrando pessoas, pelo espaço de bons minutos. O curioso é que somente à meia noite de sexta-feira que o tal fato acontecia, principalmente na quaresma...algo que até hoje é um mistério para muitos paraisenses.
A iniciativa faz parte do projeto Recode Bibliotecas que neste ano reúne em sua quarta edição a participação de 281 bibliotecas públicas, comunitárias, escolares, especializadas e universitárias. Trata-se do programa nacional de estímulo à transformação social e digital de comunidades através do protagonismo dos espaços de leitura. Para isso, oferece apoio e formação por meio de um percurso formativo. O percurso visa o desenvolvimento de uma nova programação nas bibliotecas, em sintonia com as demandas locais, tendo a inovação e a tecnologia como aliadas. Além de aumentar o número de leitores e frequentadores, ao final do percurso formativo o programa busca reconhecer as melhores práticas, atividades realizadas pelas bibliotecas e que tenham gerado impacto social.
A lenda faz parte do folclore paraisense e também integra a expressão de uma cultura. É na soma de todos os ingredientes é que se tem a composição da cultura material, formada pelos costumes e tradições de seu povo que são demonstrados de diversas maneiras seja oralmente, por escrito, encenado e agora através da música. Todos os povos têm folclore. Conhecê-lo e estudá-lo significa contribuir para que se mantenha vivo e, consequentemente, através da sua preservação é possível perpetuar cada cultura. Muitas vezes é preciso estudar o folclore para verdadeiramente entender a história de um povo.