Hoje vamos abandonar o passado para falar do presente, homenageando o feito da seleção italiana, que conseguiu conquistar a sua segunda copa europeia após quatro finais, cinquenta anos depois.
O futebol italiano sempre se baseou em um módulo muito específico no qual a equipe defensiva apoiava e acionava reinicializações rápidas para traficar os adversários que assim foram pegos desprevenidos.
Esta forma permitiu à nossa seleção triunfar em 34 e 38.
O módulo italiano, um 4-4-2, tornou-se com o tempo uma marca reconhecida e temida em todo o mundo, módulo que foi então assumido pelos clubes que triunfam na Europa e no Mundo, basta pensar no Internacional de Mago Herrera ou na Juventus de trapattoni.
Com o passar do tempo surgiram outras grandes escolas de futebol como a brasileira e a Argentina, um bailado de futebol, feito de toques de fantasia de primeiros e flashes de indivíduos de grande habilidade, que se chocavam com o coletivismo italiano.
Assim o nosso futebol entrava em crise a nível nacional, enquanto os clubes se enriqueciam de grandes campeões, na década de cinquenta e sessenta a nível nacional lutávamos para nos impor, sendo muitas vezes acusados de sermos retrógrados e passados, agora ultrapassados por outras seleções euro-peias, como a Alemanha Ocidental, que fez da força física seu ponto forte.
No final dos anos 60 algo começou a mudar, os holandeses de Rinus Michels.
Michels não faz nada além de retomar a escola italiana, mas desta vez ele inverte a filosofia, você tem que atacar em onze e defender em onze, é o início do futebol holandês total que vai produzir duas finais consecutivas na Copa do Mundo de 74 na Alemanha, e dos 78 na Argentina onde o laranja consegue chegar ao nível mais alto, mas, por vários motivos, incluindo futebol extra, falha na tentativa.
No mesmo período a Azzurra também cresceu, em 68 recebemos os europeus e conseguimos chegar à final contra a Iugoslávia, tivemos que jogar duas vezes, não havia pênaltis previstos e, no final, a Itália triunfou.
Foi uma equipa, a de Valcareggi que teve uma diferença substancial em relação ao passado, um ataque formidável com Gigiriva e pietro Anastasi em primeiro lugar respondeu a uma defesa rochosa comandada por Facchetti e Burnich.
Foi uma revanche para os azzurri que na Copa do Mundo mexicana dos anos setenta, com talvez a melhor seleção já expressa pelo futebol italiano, se apresentou com os azarões.
A Itália jogou talvez uma das melhores do mundo, chegando à final contra o muito forte Brasil de Rivelino e Pelé.
Apesar de derrotados, os italianos voltaram à pátria como heróis, principalmente pela vitória épica nas semifinais contra a fortíssima Alemanha de Muller e Beckenbauer, partida que foi considerada a melhor da história da Copa do Mundo.
O 4-4-2 italiano renasceu e parecia destinado a uma nova juventude, e de fato, além do péssimo número de 74, nos setenta e oito nos apresentamos na Argentina com um time experiente que jogou de cor e acima de tudo não deu muito em defesa.
Naquela prova, em que terminamos em quarto lugar, fomos os únicos a derrotar os anfitriões da Argentina, que então teriam vencido o campeonato mundial.
A década de oitenta começou calmamente, a Itália acolheu os campeonatos europeus mas não podia fazer melhor do que um quarto lugar, com esta esperança, no campeonato do mundo em Espanha, mais uma vez o nosso módulo foi duramente criticado pela imprensa e especialistas, por julgá-lo antigo e obsoleto.
A Itália, liderada pelo grande Enzo Bearzot, lutou muito na fase de grupos, onde passou após três desfiles contra Polônia, Peru e Camarões.
Na rodada seguinte, fomos emparelhados com a Argentina, o astro em ascensão Maradona e o Brasil que pode se orgulhar de uma das maiores seleções já disputadas com fenômenos como Zico, Sócrates, Junior, Cerezo e Falcao.
Foi então que a velha forma italiana provou ser tudo menos velha.
Fortalecida por uma defesa sombria formada pelo bloqueio de Juventus, Scirea, Gentile Brio e com no ataque um craque único como Bruno Conti e um atacante de nariz excepcional como Paolo Rossi, a Itália ultrapassou os dois times sul-americanos e triunfou na final contra a Alemanha.
A Itália, liderada pelo grande Enzo Bearzot, lutou muito na fase de grupos, onde passou após três desfiles contra Polônia, Peru e Camarões.
Na rodada seguinte, fomos emparelhados com a Argentina, o astro em ascensão Maradona e o Brasil que pode se orgulhar de uma das maiores seleções já disputadas com fenômenos como Zico, Sócrates, Junior, Cerezo e Falcao.
Foi então que a velha forma italiana provou ser tudo menos velha.
Fortalecida por uma defesa sombria formada pelo bloqueio de Juventus, Scirea, Gentile Brio e com no ataque um craque único como Bruno Conti e um atacante de nariz excepcional como Paolo Rossi, a Itália ultrapassou os dois times sul-americanos e triunfou na final contra a Alemanha.
Vai continuar com altos e baixos, com boas apresentações a nível europeu e mundial, sem nunca atingir picos de jogo e resultados muito elevados.
E assim, depois dos maus números da Copa do Mundo da África do Sul, do Brasil e da não qualificação na Rússia, finalmente optamos por uma mudança em nível nacional, entregando o banco a Mancini, um ex-grande jogador de futebol capaz de se repetir também ao nível de Coach na Itália e não só.
Chegando aos dias de hoje, é visível como Mancini, filho da escola de Immenzo Boskov, abandona completamente a ideia da rígida defesa de 4 jogadores e opta por uma defesa em que os laterais tendem a atacar incessantemente. do que defender, abrindo mão de um meio-campista nas laterais para permitir que os três do centro pressionem o portador da bola e conta com 3 jogadores de ataque muito móveis e intercambiáveis.
Mancini neste campeonato europeu mostrou um grande jogo feito de posse de bola e trocas rápidas, descidas pelas laterais e conclusões pela borda, na onda do que já foi feito por outro grande como Pep Guardiola.
Esta vitória e o crescimento das novas gerações de jovens jogadores, dão esperança a um futuro róseo para a nossa seleção que, em tempos de necessidade, como frente à Espanha, saberá lembrar que no final a defesa é o melhor ataque.
MANOLO DAIUTO