Estamos ainda na metade da temporada da F1, mas um vilão que não tem nada a ver com os envolvidos na disputa, pode decidir os títulos de pilotos e de construtores lá no final do campeonato: um litro (ou a falta) de gasolina no tanque do Aston Martin de Vettel!
Tudo começa com a confusão da largada do GP da Hungria em que Valtteri Bottas fez a lambança ao acertar por trás Lando Norris, que foi arremessado contra Max Verstappen que teve o carro bastante danificado para o restante da prova e terminou apenas em 10º.
Com o carro inteiro, apenas tendo que remar para recuperar posições depois de um erro estratégico da Mercedes, Lewis Hamilton terminou a prova em 3º. Na tabela de pontos, 192 para Hamilton, contra 186 de Verstappen.
Até aí, apenas incidentes de corrida. O tal do litro de gasolina entra agora!
Sebastian Vettel faz ótima corrida com a Aston Martin e recebe a bandeirada em 2º. Festa nos boxes da equipe inglesa. Horas depois, quando muita gente já havia voltado pra casa para pegar as malas e cair na estrada em viagem de férias, veio a notícia da desclassificação do alemão por falta de combustível suficiente para análise.
Está no regulamento da F1 que ao final de cada corrida, todo carro tem que ter o mínimo de 1 litro de combustível no tanque para análise. É verdade que menos de um litro já seria suficiente, mas a Federação Internacional de Automobilismo guarda uma segunda amostra para possíveis contra-provas.
E tudo que os comissários do GP da Hungria conseguiram sugar do tanque do carro número 5, foi apenas 300 ml.
Neste momento, a mudança do campeonato sofreu alteração. Hamilton subiu para 2º na corrida, e Verstappen para 9º, mas a diferença entre eles aumentou de 6 para 8 pontos: 195 para Hamilton, contra 187 de Verstappen.
A Aston Martin declarou ainda no Circuito de Hungaroring que recorreria da decisão dos comissários. O carro de Vettel foi lacrado e levado sob a guarda da FIA até o julgamento. E nesta semana a entidade rejeitou o pedido de revisão.
A equipe afirmava ter 1,4 litro de combustível no tanque, e conseguiu provar que havia um defeito na bomba de gasolina que impediu a retirada necessária do tanque. A FIA acatou a justificativa, mas apresentou provas de que o carro de Vettel perdeu combustível involuntariamente durante a corrida, e portanto, não cabia pedido de revisão.
A Aston Martin ameaçou recorrer da decisão, mas desistiu do apelo na quinta-feira. O caso está encerrado. Assim, o resultado oficial do GP da Hungria mantém Hamilton em 2º e Verstappen em 9º.
E o litro de gasolina de um carro que não tem nada a ver com a disputa entre Hamilton X Verstappen, Mercedes X Red Bull pode ser o vilão de um campeonato que caminha para ser decidido nos detalhes no final da temporada. Dois pontos que talvez passa ser a diferença entre ganhador e perdedor; e ambos lembrarão para sempre do Aston Martin número 5, de Sebastian Vettel, estacionado alguns metros após a bandeirada do GP da Hungria com pane seca.