A Fórmula 1 corre contra o tempo para reorganizar o calendário na parte final do campeonato. O cancelamento do GP do Japão anunciado nesta semana, mais o da Austrália que já havia sido riscado no mês passado, está dando um nó nos dirigentes que não abrem mão de fechar a temporada com 23 GPs.
Será um desafio ainda maior do que já estava sendo em época de pandemia, e não bastasse os cancelamentos, ainda há como pano de fundo a tal lista vermelha do governo britânico, e são vários os países, inclusive o Brasil, que estão nesta lista onde pessoas do Reino Unido que viajar para esses lugares estão obrigadas na volta a cumprir uma quarentena de 10 dias em hotéis preparados para servir de isolamento.
E o grande entrave é que 7 das 10 equipes da F1 são inglesas, sem contar o número de profissionais de várias áreas que viajam para as corridas, vivem no Reino Unido.
Pela logística que há por trás de todas as viagens da F1, não haveria tempo hábil para integrantes das equipes e outros profissionais ficar em quarentena na volta para casa. Daí o desafio para reorganizar o calendário, sem contar que outros GPs ainda podem ser cancelados por conta da pandemia.
Do calendário original, China, Canadá e Singapura foram cancelados. Os buracos foram preenchidos com os GPs de Portugal, Emilia Romagna (Ímola), e o Circuito Red Bull Ring que, a exemplo de 2020, sediou mais uma vez os GPs da Estíria e da Áustria.
O GP da Turquia, que foi inserido e cancelado ao mesmo tempo quando o país esteve na lista vermelha do Reino Unido, voltou a ser incluído como a 16ª etapa, marcada para 3 de outubro. Opções para preencher os buracos deixados por Austrália e Japão nem chegam a ser o problema, não fosse as questões logísticas e de restrições.
Na volta das férias, no próximo final de semana, de cara a F1 já engrena uma sequência de três corridas seguidas: Bélgica, Holanda e Itália. Daí para frente tudo pode/ deve mudar.
As principais opções seriam uma segunda corrida no Bahrein, duas em Austin, nos Estados Unidos, e até o Catar está na lista, mas como escrevi, em algum momento vão esbarrar em logística, ou restrição. Fato é que a F1 tem pela frente 12 corridas em 16 finais de semana até 12 de dezembro, quando o campeonato termina. Um abacaxi para ser descascado.
Por aqui, os preparativos para o GP de São Paulo, novo nome do GP do Brasil, em Interlagos, segue a todo o vapor. Nesta semana, o governador de São Paulo, João Doria, confirmou a presença maciça de público, apoiado no alicerce de que 99% da população da capital paulista já está vacinada.
Quarenta mil ingressos colocados à venda em junho evaporaram em poucas horas, e outro lote de 20 mil ingressos serão disponibilizados na próxima semana aos interessados que estão numa lista de espera. Para Alan Adler, novo promotor do evento, as chances de cancelamento do GP de São Paulo é 0%. A questão é saber se a corrida será realizada no dia 7 de novembro, como está marcado, ou postergada para o domingo seguinte, dia 14, véspera de feriado nacional, um desejo de Doria e do novo prefeito de São Paulo. Mas isso não vai depender da vontade deles, e sim, de como a Liberty Media, dona da F1, em conjunto com a FIA, vão conseguir refazer o calendário.