Há muitos anos, havia uma família constituída de pai, mãe, e uma menina recém nascida, que moravam em um campo bem além de Jacuí, naquela época.
Por motivos ignorados, o casal precisou viajar, para um lugar bem distante, deixando a filha recém nascida aos cuidados de sua madrinha, cujo nome era Idalina.
A intensão do casal era ir até a um determinado local, resolverem o que precisavam, e depois retornarem ao seu lugar de origem, e criarem a filha.
Naquele lugar, naquela época era comum as pessoas viajarem a pé, ou a cavalo, pois não havia meios de transportes como hoje.
As viagens duravam meses, e eram muito perigosas!
Algumas vezes, essas pessoas eram atacadas por feras, e morriam no meio do caminho. Os parentes nunca mais tinham notícias delas. Por outro lado, quando chegavam ao seu destino, muitos não retornavam, era muito perigoso e sofrido.
Por lá, as estradas eram muito tortuosas e em suas curvas, algumas vezes as pessoas deparavam-se com feras e animais peçonhentos.
Naquela época, chovia muito por lá, e os viajantes se abrigavam como podiam.
Quando o sol nascia, atrás das montanhas, a temperatura era bem agradável, portanto eles aproveitavam para avançarem suas caminhadas.
Lá, a paisagem era bonita: Árvores frondosas e frutíferas, campos bem verdes, pássaros e outras aves multicores. O barulho das águas nas fontes era uma canção de ninar.
Nunca mais os parentes tiveram notícias daquele casal, que viajou para bem longe.
A menina recém-nascida, cresceu, casou-se com Herculano Novata Paes, teve um filho e duas filhas, e viveu até seus setenta e três anos.
Em vida, ela sempre dizia aos seus filhos e netos: Eu nunca conheci meu pais!
Ela era muito sábia, e passou aos seus descendentes, muita sabedoria.
Esta é a história verídica, de D. Margarida Maria de Jesus Novato Paes. Minha avó!
Marene Lizareli Paes